terça-feira, 17 de junho de 2008

LÉGUA BOGI BUÁ


Légua Bogi Buá:
o caboclo que transita nas festas do Divino no Rio de Janeiro.

Uma entidade que sempre esteve presente na festa do Divino realizada no terreiro do Parque União, e ainda hoje sempre é incorporado durante as celebrações maranhenses nas quatro localidades, é o caboclo Légua Bogi Buá.

Em Codó, onde se diz que o caboclo “branda” mais alto, afirma-se que aquela
categoria de encantado é comandada por Légua Buji Buá, que se intitula filho de
Pedro Angaço e Rainha Rosa (uma qualidade de Xangô e de Iansã). Talvez resida aí a explicação para o fato de Santa Bárbara ter sido proclamada protetora dos terreiros de Mina do Maranhão.


Ela valoriza este caboclo, comparando-o a um vodum (que está hierarquicamente
acima dos caboclos e orixás) e, para ela, “Seu Légua” chega a fazer parte de sua família.
Ele vem de uma região do Maranhão chamada Codó, município situado no cerrado
maranhense e na bacia do rio Itaperucu.
É uma localidade reconhecida por seus terreiros, por ser uma região quilombola ligado ao terecô, ao tambor da mata, relacionada mais com os caboclos e a prática da magia negra.
Entre os encantados mais importantes está Légua Bogi Buá.
Codó, capital da magia negra?,
fala desta entidade, de sua família e dos seus dois lados (“banda branca” e
uma “preta” – bem/mal).
Ao comentar sobre o caboclo Lauro Bogi Buá (da família de “Légua”) e falar a seguinte frase que ele sempre lhe dizia:
“Eu sou Lauro Bogi Buá, uma banda branca e outra preta, metade de Deus e metade do diabo”.

Há diversos mitos de como e quando Légua Bogi chegou a essa região, tanto quanto em relação a sua família e seu comportamento dentro dos terreiros.
(...) Na casa de Jorge, Légua Bogi é jovem, brincalhão meio rude e desbocado, tem numerosos amigos, gosta muito de bebida alcoólica e da brincadeira de Bumba-Boi. Em Codó, no salão de dona Antoninha, ouvimos falar dele como o encantado mais velho do mundo, como filho desobediente (Maria dos Santos) e como um pretovelho angolano (dona Antoninha) (...) Em Viana (Maranhão), Légua Bogi é visto pelos médiuns (que tem vidência) como um preto-velho que usa chapéu, parecido com o falecido artista nordestino Luiz Gonzaga. Algumas pessoas o vêem caminhando na cidade; outras, andando sobre as águas do mar, sem afundar. Mas, conforme o curador e “mineiro” Rogério, Légua também aparece a eles como um boi preto, com uma estrela brilhante na testa, que ameaça “parti pra cima” do médium que não cumprir suas obrigações para com ele. Légua Bogi é um dos encantados mais antigos de Codó, mas a família de Légua entrou ali quando já havia acabado a euforia do algodão, e ele veio como um dos “filhos do gado”, daí porque aparece com chapéu de couro e rebenque. Segundo o mesmo informante, em São Luís, eles “aportaram” no início do século XX como uma família já constituída e foram trazidos por Maximiana e por migrantes do Mearim e Codó.

Quando o caboclo Légua Bogi está incorporado sempre se refere ao lugar de onde
veio: Codó. A ligação com essa região é relacionada no momento do transe, onde a entidade faz uma ponte entre o Rio de Janeiro e Codó (MA).

2 comentários:

tenda de são sebastião e cosmi damião disse...

oi gostei muito desse artigo queria saber de seu antônio légua bugi bua da trindade informações sobre ele.sua origemchai

preto velho pai tomas disse...

esta riquesa cultural e espiritual só tende a crescer com pessoas que leva a sério e procura o conhecimento das ramificações,estou aprendendo com voces e gostaria de saber sobre joão lozino de legua da trindade.obrigado!!!!