segunda-feira, 26 de novembro de 2007

PRECE PELOS ESPÍRITOS SOFREDORES



Deus clemente e misericordioso, que vossa bondade se estenda
sobre todos os Espíritos que se recomendam às nossas preces.
Bons Espíritos, que tendes no bem sua única ocupação, rogai comigo
para alívio deles.
Fazei luzir aos seus olhos um raio de esperança, e que
a divina luz os ilumine quanto às imperfeições que os afastam da morada
dos felizes.
Abri seus corações ao arrependimento e ao desejo de se
purificarem para apressar seu adiantamento.
Fazei-os compreender que, por seus esforços, podem encurtar o tempo de suas provas.
Oxalá! Deus, em sua bondade, lhes conceda valor e estas palavras possam suavizar-lhes os sofrimentos, testemunhando-lhes nossa compaixaão e desejo de sua felicxidade.
Assim seja.

XANGÔ, REI DE OIÓ



Escrito por alex de oxossi ligado 9th Agosto 2007
Reginaldo Prandi
Armando Vallado

I: O obá Xangô

Obá é palavra da língua iorubá que designa rei.
Obá é também um dos epítetos do orixá Xangô (não confundir Obá, rei, soberano ( oba ), com o orixá Obá ( Òbà ), que é uma das esposas de Xangô).
Segundo a mitologia, Xangô teria sido o quarto rei da cidade de Oió, que foi o mais poderoso dos impérios iorubás. Depois de sua morte, Xangô foi divinizado, como era comum acontecer com os grandes reis e heróis daquele tempo e lugar, e seu culto passou a ser o mais importante da sua cidade, a ponto de o rei de Oió, a partir daí, ser o seu primeiro sacerdote.
Não existem registros históricos da vida de Xangô na Terra, pois os povos africanos tradicionais não conheciam a escrita, mas o conhecimento do passado pode ser buscado nos mitos, transmitidos oralmente de geração a geração. Assim, a mitologia nos conta a história de Xangô, que começa com o surgimento dos povos iorubás e sua primeira capital, Ilê-Ifé, fala da fundação de Oió e narra os momentos cruciais da vida de Xangô:
“Num tempo muito antigo, na África, houve um guerreiro chamado Odudua, que vinha de uma cidade do Leste, e que invadiu com seu exército a capital de um povo então chamado ifé. Quando Odudua se tornou seu governante, essa cidade foi chamada Ilê-Ifé. Odudua teve um filho chamado Acambi, e Acambi teve sete filhos, e seus filhos ou netos foram reis de cidades importantes.
A primeira filha deu-lhe um neto que governou Egbá, a segunda foi mãe do Alaqueto, o rei de Queto, o terceiro filho foi coroado rei da cidade de Benim, o quarto foi Orungã, que veio a ser rei de Ifé, o quinto filho foi soberano de Xabes, o sexto, rei de Popôs, e o sétimo foi Oraniã, que foi rei da cidade Oió, mais tarde governada por Xangô.
“Esses príncipes governavam as cidades que mais tarde foram conhecidas como os reinos que formam a terra dos iorubás, e todos pagavam tributos e homenagens a Odudua. Quando Odudua morreu, os príncipes fizeram a partilha dos seus domínios, e Acambi ficou como regente do reino de Odudua até sua morte, embora nunca tenha sido coroado rei. Com a morte de Acambi, foi feito rei Oraniã, o mais jovem dos príncipes do império, que tinha se tornado um homem rico e poderoso. O obá Oraniã foi um grande conquistador e consolidou o poderio de sua cidade.
“Um dia Oraniã levou seus exércitos para combater um povo que habitava uma região a leste do império. Era uma guerra muito difícil, e o oráculo o aconselhou a ficar acampado com os seus guerreiros num determinado sítio por um certo tempo antes de continuar a guerra, pois ali ele haveria de muito prosperar. Assim foi feito e aquele acampamento a leste de Ifé tornou-se uma cidade poderosa. Essa próspera povoação foi chamada cidade de Oió e veio a ser a grande capital do império fundado por Odudua. O rei de Oió tinha por título Alafim, termo que quer dizer o Senhor do Palácio de Oió.
“Com a morte de Oraniã, seu filho Ajacá foi coroado terceiro Alafim de Oió. Ajacá, que tinha o apelido de Dadá, por ter nascido com o cabelo comprido e encaracolado, era um homem pacato e sensível, com pouca habilidade para a guerra e nenhum tino para governar. Dadá-Ajacá tinha um irmão que fora criado na terra dos nupes, também chamados tapas, um povo vizinho dos iorubás. Era filho de Oraniã com a princesa Iamassê, embora haja quem diga que a mãe dele foi Torossi, filha de Elempê, o rei dos nupes. Esse filho de Oraniã tinha o nome Xangô, e era o grande guerreiro que governava Cossô, pequena cidade localizada nas cercanias da capital Oió.
“Xangô um dia destronou o irmão Ajacá-Dadá, e o exilou como rei de uma pequena e distante cidade, onde usava uma pequena coroa de búzios, chamada coroa de Baiani.
“Xangô foi assim coroado o quarto Alafim de Oió, o obá da capital de todas as grandes cidades iorubás.
“Xangô procurava a melhor forma de governar e de aumentar seu prestígio junto ao seu povo. Conta-se que, para fortalecer seu poder, Xangô mandou trazer da terra dos baribas um composto mágico, que acabaria, contudo, sendo sua perdição. O rei Xangô, que depois seria conhecido pelo cognome de o Trovão, sempre procurava descobrir novas armas para com elas conquistar novos territórios. Quando não fazia a guerra, cuidava de seu povo. No palácio recebia a todos e julgava suas pendências, resolvendo disputas, fazendo justiça. Nunca se quietava. Pois um dia mandou sua esposa Iansã ir ao reino vizinho dos baribas e de lá trazer para ele a tal poção mágica, a respeito da qual ouvira contar maravilhas. Iansã foi e encontrou a mistura mágica, que tratou de transportar numa cabacinha.
“A viagem de volta era longa, e a curiosidade de Iansã sem medida. Num certo momento, ela provou da poção e achou o gosto ruim. Quando cuspiu o gole que tomara, entendeu o poder do poderoso líquido: Iansã cuspiu fogo!
“Xangô ficou entusiasmadíssimo com a nova descoberta. Se ele já era o mais poderoso dos homens, imaginem agora, que tinha a capacidade de botar fogo pela boca. Que inimigo resistiria? Que povo não se submeteria? Xangô então passou a testar diferentes maneiras de usar melhor a nova arte, que certamente exigia perícia e precisão.
“Num desses dias, o obá de Oió subiu a uma elevação, levando a cabacinha mágica, e lá do alto começou a lançar seus assombrosos jatos de fogo. Os disparos incandescentes atingiam a terra chamuscando árvores, incendiando pastagens, fulminando animais. O povo, amedrontado, chamou aquilo de raio. Da fornalha da boca de Xangô, o fogo que jorrava provocava as mais impressionantes explosões. De longe, o povo escutava os ruídos assustadores, que acompanhavam as labaredas expelidas por Xangô. Aquele barulho intenso, aquele estrondo fenomenal, que a todos atemorizava e fazia correr, o povo chamou de trovão.
“Mas, pobre Xangô, a sorte foi-lhe ingrata. Num daqueles exercícios com a nova arma, o obá errou a pontaria e incendiou seu próprio palácio. Do palácio, o fogo se propagou de telhado em telhado, queimando todas as casas da cidade. Em minutos, a orgulhosa cidade de Oió virou cinzas.
“Passado o incêndio, os conselheiros do reino se reuniram, e eviaram o ministro Gbaca, um dos mais valentes generais do reino, para destituir Xangô.
“Gbaca chamou Xangô à luta e o venceu, humilhou Xangô e o expulsou da cidade. Para manter-se digno, Xangô foi obrigado a cometer suicídio. Era esse o costume antigo. Se uma desgraça se abatia sobre o reino, o rei era sempre considerado o culpado. Os ministros lhe tiravam a coroa e o obrigavam a tirar a própria vida.
“Cumprindo a sentença imposta pela tradição, Xangô se retirou para a floresta e numa árvore se enforcou.
“Oba so!”, “Oba so!”
“O rei se enforcou!”, correu a notícia.
“Mas ninguém encontrou seu corpo e e logo correu a notícia, alimentada com fervor pelos seus partidários, que Xangô tinha sido transformado num orixá. O rei tinha ido para o Orum, o céu dos orixás. Por todas as partes do império os seguidores de Xangô proclamavam:
“Oba ko so!”, que quer dizer “O rei não se enforcou!”
“Oba ko so!”, “Oba ko so!”.
“Desde então, quando troa o trovão e o relâmpago risca o céu, os sacerdotes de Xangô entoam: “O rei não se enforcou!” “Oba ko so! Obá Kossô!” “O rei não se enforcou”.”
(Cf. Prandi, Mitologia dos orixás.)
Assim narram os mitos, e a morte de Xangô nada mais é do que a afirmação dos antigos costumes africanos. Sua morte teria sido injusta e por isso o Orum o acolheu como imortal. A expressão “Obá Ko so” é evidentemente dúbia. Tanto pode significar “Rei da cidade de Cossô”, o que de fato Xangô também era, como “O rei não se enforcou”, frase que poderia ser também traduzida por “O Rei vive”, ou “Viva o Rei”, forma que é mais comum na nossa tradição ocidental. A versão verdadeira não importa: divinizado, transformado em orixá, o obá Xangô, o Alafim de Oió, alcançou a imortalidade, deixou de ser humano, virou deus. “Obá Kossô”, “Viva o Rei” é a fórmula pela qual, até hoje, em todos os templos dos orixás, é glorificado o nome de Xangô, o rei de Oió, o orixá do trovão, senhor da justiça.
De todos os orixás que marcam a saga da cidade de Oió, nenhum foi mais reverenciado que Xangô, mesmo quando Oió passou a ser apenas um símbolo esfumaçado na memória dos atuais seguidores das religiões dos orixás espalhados nos mais distantes países da diáspora africana do lado de cá e do lado de lá do oceano. E há muitos elementos para estribar essa afirmação.
II: Xangô no Novo Mundo
No seu auge, o império de Oió englobava as mais importantes cidades do mundo iorubá, tendo assim o culto a Xangô, que era o orixá do rei ou obá de Oió, portanto o orixá do império, sido difundido por todo o território iorubano, o que não era muito comum, pois cada cidade ou região tinha os seus próprios orixás tutelares e poucos eram os que recebiam culto nas mais diversas cidades, como Exu, Ossaim e Orunmilá. O fato é que o apogeu da dominação da cidade de Oió sobre as outras resultou numa grande difusão do culto a Xangô. Durante muito tempo a força militar de Oió protegeu os iorubás de invasões inimigas e impediu que seu povo fosse caçado e vendido por outros africanos ao tráfico de escravos destinado ao Novo Mundo, como acontecia com outros povos da África.
Quando o poderio de Oió foi destruído no final do século XVIII por seus inimigos, tanto a capital Oió como as demais cidades do império desmantelado ficaram totalmente desprotegidas, e os povos iorubás se transformaram em caça fácil para o mercado de escravos. Foi nessa época que o Brasil, assim como outros países americanos, passou a receber escravos iorubás em grande quantidade. Vinham de diferentes cidades, traziam diferentes deuses, falavam dialetos distintos, mas tinham todos algo em comum: o culto ao deus do trovão, o obá de Oió, o orixá Xangô.
Isso explica a enorme importância que Xangô ocupa nas religiões africanas nas Américas, pois foi exatamente nesse momento histórico da chegada dos iorubás que as religiões africanas se constituíram nas Américas, isto é, no século XIX. Particularmente no Brasil, os escravos recém-chegados eram trazidos não mais para o trabalho nas plantações e nas minas do interior, onde ficavam dispersos, mas sim nas cidades, onde eram encarregados de fazer todo o tipo de serviço urbano, morando longe de seus proprietários, vivendo em bairros com grande concentração de negros escravos e libertos, e tendo assim maior liberdade de movimento e organização, podendo se reunir nas irmandades católicas, com novas e amplas oportunidades para recriarem aqui a sua religião africana.
Nascido da iniciativa de negros iorubás que se reuniam numa irmandade religiosa na igreja da Barroquinha, em Salvador, o primeiro templo iorubá da Bahia foi, emblematicamente, dedicado a Xangô. Seus ritos, que em grande parte reproduziam a prática ritualística de Oió, acabaram por moldar a religião que viria a se constituir no candomblé, e cuja estruturação hierárquica sacerdotal em grande parte reconstituía simbolicamente a organização da corte de Oió, isto é, a corte de Xangô, como veremos adiante. Emblemas que na África eram exclusivos do culto a Xangô foram generalizados entre nós para o culto de todos os orixás, como o uso do colar ritual de iniciação chamado quelê.
Por estranha ironia, a nação de Xangô na Bahia acabou recebendo o nome de Queto, que é a cidade de Oxóssi, e não o nome de Oió, cidade de Xangô, como era de se esperar. Mas essa denominação deve ter ocorrido muito tempo depois da fundação da Casa Branca do Engenho Velho, o primeiro terreiro de Xangô, de cujo chão Oxóssi é o dono, e que serviu de modelo a todo o candomblé. A denominação nação queto deve ter se dado já no século XX, quando angariavam grande prestígio e visibilidade dois terreiros que também fazem parte do núcleo de templos fundantes do candomblé: o terreiro do Gantois, dissidente da Casa Branca, e dedicado a Oxóssi, que era o orixá da cidade do Queto, e o terreiro do Alaketu, cuja fundação é atribuída a duas princesas originárias da cidade do Queto, e que também eram do grupo da Barroquinha. A expressão “nação queto” para designar o ramo do candomblé de origem iorubá que se constituiu a partir da linhagem da Casa Branca do Engenho Velho é recente e não era usada antes de 1950. O nome mais comum era nação nagô, ou jeje-nagô. A própria Mãe Aninha, que fundou outro templo dissidente da Casa Branca, o Axé Opô Afonjá, e que, como o próprio nome indica, também é dedicado a Xangô, costumava dizer nos anos 1930: “Minha casa é nagô puro”.
Mas no Rio Grande do Sul, até hoje a expressão “nação Oió”, ou “Oió-ijexá” designa os terreiros de batuque de origem iorubá. A marca de Xangô continua ali muito presente.
Em Pernambuco, a primazia de Xangô acabou por dar nome a toda a religião dos orixás, que naquele e em outros estados do Nordeste é conhecida como xangô.
No Maranhão, dois templos de tradições diferentes disputam o posto de casa fundante do tambor-de-mina: a Casa das Minas, de culto exclusivo aos voduns dos povos fons ou jejes, e a Casa de Nagô, que, como o próprio nome aponta, dedica-se ao culto dos orixás, os deuses nagôs ou iorubás, além de cultuar também voduns e encantados. Ao contrário da Casa das Minas, que não teve terreiros descendentes e hoje se encontra em franco processo de extinção, a Casa de Nagô é a origem de vasta linhagem de terreiros, que se espalharam pelo Maranhão e Pará e chegaram até o Rio de Janeiro e São Paulo, ou mais além. A Casa das Minas de Tóia Jarina, de Diadema, é originária dessa matriz. Pois o patrono da Casa de Nagô não é outro senão Badé, nome pelo qual Xangô é reverenciado nos templos do tambor-de-mina.
Longe daqui, no Caribe, a palavra xangô também dá nome à religião dos orixás praticada em Trinidad-Tobago, nome que também pode ser observado entre populações americanas de origem caribenha na costa Atlântica do sul dos Estados Unidos.
Em Cuba, onde a santeria é tão viva e diversificada como o candomblé brasileiro, são muitos os indícios da supremacia ritual de Xangô. Talvez o mais emblemático seja o fato de que, durante a iniciação ritual, apenas os sacerdotes dedicados a Xangô, segundo a tradição cubana, têm o privilégio sobre todos os demais de receber na cabeça o sangue sacrificial, o que indicaria que o orixá do trovão tem precedência protocolar, e seu tambor é o mais sagrado instrumento musical da santeria.
Onde quer que tenha se formado alguma manifestação americana da religião dos orixás, seja o candomblé, o xangô, o batuque, o tambor-de-mina, a santeria cubana, ou o xangô caribenho, a memória do orixá Xangô, o obá de Oió, manteve o realce que o orixá do império detinha na África. Como obá, Xangô também era o mais alto magistrado de seu povo, o juiz supremo. Sua relação com o ministério da justiça fez dele, entre os seguidores das religiões dos orixás, o senhor da justiça. Num mundo de tantas injustiças, desigualdades sociais, marginalização, abandono e falta de oportunidades sociais de todo tipo, como este em que vivemos, o orixá da justiça ganhou cada vez maior importância. Seu prestígio foi consolidado. Reiterou-se a posição de Xangô como o grande patrono do candomblé e grande protetor de todo aquele que se sente de algum modo injustiçado.
III: A corte do rei
A importância de Xangô na constituição do candomblé, que é brasileiro, pode ser identificada também quando examinamos as estruturas hierárquicas e a organização dos papéis sacerdotais do candomblé em comparação com o ordenamento dos cargos da própria corte de Oió, a cidade de Xangô. Não há dúvida que as sacerdotisas e sacerdotes que fundaram os primeiros templos de orixá no Brasil tinham grande intimidade com as estruturas de poder que governavam a cidade do Alafim. O candomblé é, de fato, uma espécie de memória em miniatura da cidade africana que o negro perdeu ao ser arrancado de seu solo para ser escravizado no Brasil.
Vejamos alguns dos cargos mais importantes da corte de Oió e sua correspondência com a hierarquia do candomblé de nação nagô.
Basorun – primeiro ministro e presidente do conselho real, que tinha mais poder que o próprio rei, exercendo também a função de regente quando da morte do rei até a ascensão do sucessor. No candomblé é título dado a homem que ajuda na administração do terreiro, um dos membros do corpo de ministros em terreiros dedicados a Xangô.
Alààpínní – chefe do culto de egungum. No Brasil, igualmente alto sacerdote do culto dos ancestrais.
Balògún – chefe militar. No candomblé, cargo masculino de chefia da casa de Ogum. O falecido oluô Agenor Miranda Rocha, foi, por mais de 70 anos, o balogum da Casa Branca do Engenho Velho.
Lágùnnòn – embaixador do rei que tinha como encargo o culto ao orixá Ocô, divindade da agricultura. No candomblé, espécie de ajudante do pai-de-santo na provisão do terreiro.
Akinikú – chefe dos rituais fúnebres. No Brasil, oficial do axexê, que pode ser um babalorixá ou ialorixá ou algum ebômi ou ogã especializado nos ritos mortuários.
Asípa – representante dos governadores das aldeias na corte de Oió e encarregado do culto ao orixá Ogum. No Brasil, dignidade masculina.
Isugbin – corpo de tocadores e musicistas do palácio. No candomblé são chamados alabês, nome que na África era dado aos escarificadores, os que faziam os aberês, as marcas faciais identificadoras da origem.
Ìlàrí – corpo de guardas da corte e de mulheres. Adoradores de Oxóssi e Ossaim, eram também uma espécie de mensageiros e provedores reais. No candomblé, sacerdotes que cuidam da casa de Ossaim.
Èkejì òrìsà – literalmente, a segunda pessoa do orixá, cargo sacerdotal da corte do Alafim, sacerdotisa que não incorpora o orixá, mas que cuida de seus objetos sagrados. No candomblé, equede, todas mulher não-rodante confirmada para cuidar do orixá em transe e de seus pertences rituais. O cargo, elevado na África, deu às equedes posição de relevo também no candomblé, onde têem o grau de senioridade.
Ìyá-nàsó – mãe do culto do Xangô do rei (divindade pessoal). No Brasil, nome de uma das fundadoras do candomblé e título feminino.
Ìyáalémonlé – encarregada de cuidar do assentamento pessoal do rei. Entre nós, quem cuida do assentamento principal do pai-de-santo.
Ìyá-lé-òrí – mãe dos ritos de oferecimento a cabeça do rei, mantém a representação material da cabeça do rei em sua casa. No candomblé preside o bori.
Ìyá mondè ou bàbá – Mulher que cultua os espíritos dos reis mortos. Chamam-na também de Bàbá. O alafim dirige-se a ela como “pai”, pois elas detêm a autoridade do “pai”, como as dirigentes da umbanda brasileira, também chamadas de babá.
Ìyá-le-agbò – prepara os banhos rituais do rei. No candomblé, mulher que cuida dos potes de amassi.
Ìyá-kèré – chefe das mulheres ilaris; é ela quem coroa o rei no ato de sua entronização. A atribuição, mantida, é hoje no candomblé da competência de pais e mães-de-santo que colocam no trono o novo chefe do terreiro nas ocasiões de sucessão.
Muitos outros títulos do candomblé foram tomados de outras cidades e instituições que não a corte de Oió, mas é inescondível a importância da cidade de Xangô na estruturação dos terreiros brasileiros de origem iorubá. De toda sorte, são variadas as adaptações, muitas vezes esvaziando-se o cargo de suas funções originais.
Com o sentido de reforçar a idéia do terreiro de candomblé como sucedâneo da África distante, para legitimar suas estruturas de mando e valorizar sua origem, cargos de tradição africana são recuperados e adaptados com certa liberdade pelos dirigentes brasileiros. Assim surgiram os obás ou mogbás de Xangô, conselho de doze ministros do culto de Xangô, instituído inicialmente no terreiro Axé Opô Afonjá na década de 1930 por sua fundadora Mãe Aninha Obabií, assessorada pelo babalaô Martiniano Eliseu do Bonfim, e depois reinstalado nos mais diferentes terreiros que têm Xangô como patrono. Os obás brasileiros de Xangô têm funções diversas daquelas africanas, mas os nomes dos cargos são referência constante à vida político-administrativa dos iorubás antigos. Eles são divididos em ministros da direita, com direito a voto, e ministros da esquerda, sem direito a voto. Cada um deles conta com dois substitutos, o otum e o ossi.
O conjunto dos obás da direita criados por mãe Aninha é constituído dos seguintes cargos: Abíódún (nome que designa aquele nascido no dia da festa); Àre (título que se dá a uma pessoa proeminente da corte); Àrólu (o eleito da cidade); Tèla (nome masculino da realeza de Oió); Odofun (cargo da sociedade Ogboni); Kakanfò (título do general do exército). Os da esquerda são: Onansòkun (pai oficial do obá de Oió); Aressá (título do obá de Aresá); Eleryin (título do obá de Erin); Oni Koyí (título do obá de Ikoyi); Olugbòn (título do obá de Igbon); e Sòrun (chefe do conselho do rei de Oió). Estes nomes designam hoje postos sacerdotais, dignidades religiosas; na África designavam cargos de homens poderosos que controlavam a sociedade ioruba e suas cidades.
Um rei africano era, antes de mais nada, um guerreiro. Guerras, conquistas, povoamento de novas terras, escravidão, descoberta e renascimento, tudo isso faz parte da história de Xangô, rei e guerreiro, como faz parte das memórias de nossa própria civilização de brasileiros. Mas Xangô é mais que história da África e mais que história do Brasil. Seu duplo machado visa a justiça para cada um dos dois lados que se opõem na contenda, suas pedras-de-raio são o santuário guardião das esperanças de tanta gente que padece em conseqüência das mazelas de nossa sociedade: desemprego, falta de oportunidades, incompreensão e dificuldade no trabalho, escassez de meios de sobrevivência, perseguição e disputas insanas, inveja, complicações legais de toda sorte, e tantas outras coisas ruins. Apelar a Xangô, para o devoto, é buscar alento, realimentar esperanças, prover-se de forças para a difícil aventura da vida.
Mas no terreiro em festa, sob o roncar frenético dos tambores, a dança de Xangô não é tão somente demonstração de energia e de força marcial, de cadência e de vitalidade, mas igualmente harmonia, graça e sensualidade. Xangô é duro, mas também se compraz com o bom da vida. O paladar de Xangô lembra as qualidades do bom glutão que não dispensa jamais o prazer da boa mesa, tanto que até nos faz pensar nele como um rei gordo e guloso. Tanto é assim que suas oferendas votivas devem ser sempre servidas em grande quantidade, pois Xangô aprecia que seus súditos comam muito e bem.
Seu prato predileto é o amalá, comida feita à base de quiabo, camarão, pimentas de várias qualidades, e tantos outros condimentos que são verdadeiras iguarias, utilizados pelas filhas-de-santo que muito apreciam e disputam a preparação da comida para os deuses. A comida servida no terreiro serve também para “reunir gente”, e Xangô é o orixá que mais as acolhe, pois toda corte é repleta de súditos e não seria diferente no terreiro, onde há sempre muita gente, muita dança e muita comida.
Além de orixá comilão, Xangô também é o grande amante e teve muitas mulheres como contam seus mitos. Um deles relata que Xangô era um rei poderoso, um dia apareceu em seu reino um grande animal que devorava a todos, homens, mulheres e crianças. Xangô, acompanhado de suas três mulheres resolveu enfrentar o animal monstruoso. Xangô amava suas esposas, mas amava também todos os homens e mulheres que o acercavam, e nada mais natural do que defendê-los de tal criatura. O ser monstruoso rugia e toda a terra tremia. Xangô não quis soldados para vencer o animal. Xangô lançou chamas de sua boca e derrubou o animal matando-o depois num só golpe com seu oxé. Vitorioso, Xangô cantou e dançou, estava feliz. Dali em diante foi ainda mais amado pelos homens e mulheres de seu povo e por todos aqueles que ouviram falar de seu feito.
No Brasil, o aspecto erótico da representação de Xangô foi muito atenuado em comparação a Cuba, onde seus gestos de dança insinuam relações sexuais e seus objetos de forma fálica enfatizam seu gosto pelo sexo. Mas mesmo entre nós é o orixá de muitas esposas. Tantas mulheres e tantas paixões carnais não reforçam e são a confirmação de que a vida pode ser plena das doçuras e gozos do amor? O que queremos dizer é que Xangô não nos remete tão somente aos aspectos sérios, circunspectos e duros dos compromissos do dia-a-dia, mas nos faz lembrar, sim, o tempo todo, que a vida é muito boa para ser vivida, e por isso mesmo temos que lutar por ela sem descanso. É por essa razão que o fiel sempre pede passagem para o rei, gritando para o povo reunido em festa: “Deixai passar, deixar passar Sua Majestade”, “Kaô, kaô Kabiessi”.
IV: As qualidades ou avatares de Xangô
Qualidade é o termo usado no candomblé para designar as múltiplas invocações ou avatares dos orixás, assim como no cristianismo, no caso de Nossa Senhora e Jesus Cristo, as qualidades referem-se a cultos específicos do orixá, em que são invocados aspectos diversos da sua biografia mítica, o que inclui as diferentes idades, as suas lutas e aventuras, sua glorificação e deificação etc.
No candomblé, os orixás dividem-se em vários orixás-qualidade, e se se acredita que cada ser humano, que é considerado filho ou descendente mítico do orixá, origina-se de um dos orixás-qualidade. Essas qualidades procuram dar conta do arquétipo de cada orixá, uma vez que se baseiam em mitos, e é por meio do oráculo do jogo de búzios que o pai ou mãe-de-santo determina de qual delas o filho-de-santo se origina.
Vejamos uma descrição de algumas qualidades que são objeto de diferenciação no culto de Xangô na liturgia de alguns terreiros afro-brasileiros.
Agodô
Sincretizado com São Jerônimo em terreiros onde o sincretismo ainda é observado; é aquele que, ao lançar raios e fogo sobre seu próprio reino, o destrói, como contado no mito apresentado neste trabalho. Gente de Agodô é do tipo guerreira, violenta, brutal, imperiosa, aventureira, amante da ordem e da justiça, mesmo que isso implique numa justiça pautada em seu próprio benefício.
Obacossô
Em sua passagem pela cidade de Cossô, Xangô recebe o nome de Obacossô, ou seja, o rei de Cossô. Conta o mito que, depois de passar pela terra dos tapas, Xangô refugiou-se na cidade de Cossô, mas a dor de haver destruído seu povo, levou o rei a suicidar-se. No momento da morte de Xangô, Iansã chegou ao Orum e, antes que Xangô se tornasse um egum, pediu a Olodumare que o transforme num orixá. Assim Xangô foi feito orixá pelo pedido de sua mulher Iansã. Os filhos de Obacossô são serenos, tiranos, cruéis, agressivos, severos, amorosos, moralistas.
Jacutá
É o senhor do edun-ará, a pedra de raio. Conta o mito que o reino de Jacutá foi atacado por guerreiros de povos distantes, num dia em que seus súditos descansavam e dançam ao som dos tambores. Houve muita correria, muita morte, muitos saques. Jacutá escapou para a montanha seguido de seus conselheiros, donde apreciava o sofrimento de seu povo. Irado, o rei chamou sua mulher Iansã, que, chegando com o vento, levou consigo a tempestade e seus raios. Os raios de Iansã caíram como pedras do céu, causando medo aos invasores, que fugiram em debandada. Mais uma vez, Jacutá fora acudido por Iansã, e mais, sua eterna amante deu-lhe, dessa feita, o poder sobre as pedras de raio, o edun-ará. Gente de Jacutá tem espírito de um velho pensador, justiceiro, incansável, brutal, colérico, impiedoso, preocupado com a causa dos outros.
Afonjá
Patrono de um dos terreiros mais tradicionais e antigos da Bahia, o Axé Opô Afonjá, é o Xangô da casa real de Oió. Nesse avatar Xangô Afonjá é aquele que está sempre em disputa com Ogum. Um dos mitos que relata tal passagem nos conta que Afonjá e Ogum sempre lutaram entre si, ora disputando o amor da mãe, Iemanjá, ora disputando o amor de suas eternas mulheres, Oiá, Oxum e Oba. Lutaram desde o começo de tudo e ainda lutam hoje em dia. No entanto, naquele tempo, ninguém vencia Ogum. Ele era ardiloso, desconfiado, jamais dava as costas a um inimigo. Um dia, Afonjá cansado de tanto perder as batalhas para Ogum, convidou-o para ter com ele nas montanhas. Afonjá sempre apelava para a magia quando se sentia ameaçado e não seria diferente daquela vez. Ao chegar no pé da montanha de pedra, Afonjá lançou seu machado oxé de fazer raio e um grande estrondo se ouviu. Ogum não teve tempo de fugir, foi soterrado pelas pedras de Afonjá. Xangô Afonjá venceu Ogum naquele dia e somente naquele dia. Por essas características que o mito mostra, filhos de Afonjá tem um espírito jovem e sábio, são feiticeiros, libertinos, tirânicos, obstinados, galantes, autoritários, orgulhosos, e adoram uma peleja.
Baru
Conta o mito em que Xangô recebe de Oxalá um cavalo branco como presente. Com o passar do tempo, Oxalá voltou ao reino de Xangô Baru, onde foi aprisionado, passando sete anos num calabouço. Calado no seu sofrimento, Oxalá provocou a infertilidade da terra e das mulheres do reino de Baru. Mas Xangô Baru, com a ajuda dos babalaôs, descobriu seu pai Oxalá preso no calabouço de seu palácio. Naquele dia, ele mesmo e seu povo vestiram-se de branco e pediram perdão ao grande orixá da criação, terminando o ato com muita festa e com o retorno de Oxalá a seu reino. Assim seus descendentes míticos agirão sempre como um jovem desconfiado, ambicioso, elegante, teimoso, hospitaleiro, galante; neste avatar, e somente neste, Xangô surge como um rei humilde e solidário com a causa de seu povo.
Airá
Em alguns terreiros de candomblé cultua-se um grupo de qualidades de Xangô que recebe o nome de Airá. Também se acredita que Airá seja um orixá diferente de Xangô e que participa de alguns de seus mitos. O mais comum é considerar-se Airá como um Xangô branco. Vejamos algumas das subdivisões de Airá.
Airá Intilé
É o filho rebelde de Obatalá. Airá Intilé foi um filho muito difícil, causando dissabores a Obatalá. Um dia, Obatalá juntou-se a Odudua e ambos decidiram pregar uma reprimenda em Intilé. Estava Intilé na casa de uma de suas amantes, quando os dois velhos passaram à porta e levaram seu cavalo branco. Airá Intilé percebeu o roubo e sabedor que dois velhos o haviam levado seu cavalo predileto, saiu no encalço. Na perseguição encontrou Obatalá e tentou enfrentá-lo. O velho não se fez de rogado, gritou com Intilé, exigindo que se prostrasse diante dele e pedisse sua benção. Pela primeira vez Airá Intilé havia se submetido a alguém. Airá tinha sempre ao pescoço colares de contas vermelhas. Foi então que Obatalá desfez os colares de Airá Intilé e alternou as contas encarnadas com as contas brancas de seus próprios colares. Obatalá entregou a Intilé seu novo colar, vermelho e branco. Daquele dia em diante, toda terra saberia que ele era seu filho. E para terminar o mito, Obatalá fez com que Airá Intilé o levasse de volta a seu palácio pelo rio, carregando-o em suas costas. Nesta qualidade, Airá Intilé dá a seu devoto um ar altivo e de sabedoria, prepotente, equilibrado, intelectual, severo, moralista, decidido.
Airá Ibonã
É considerado o pai do fogo, tanto que na maioria dos terreiros, no mês de junho de cada ano, acontece a fogueira de Airá, rito em que Ibonã dança acompanhado de Iansã, pisando as brasas incandescentes. Conta o mito que Ibonã foi criado por Dadá, que o mimava em tudo o que podia. Não havia um só desejo de Ibonã que Dadá não realizasse. Um dia Dadá surpreendeu Ibonã brincando com as brasas do fogão, que não lhe causavam nenhum dano. Desde então, em todas as festas do povoado, lá estava Airá Ibonã, sempre acompanhado de Iansã, dançando e cantando sobre as brasas escaldantes das fogueiras.
Nessa qualidade, os seguidores de Airá têm espírito jovem, perigoso, violento, intolerante, mas são brincalhões, alegres, gostam de dançar e cantar.
Airá Osi
É o eterno companheiro de Oxaguiã. Um dia, passando Oxaguiã pelas terras onde vivia Airá Osi, despertou no jovem grande entusiasmo por seu porte de guerreiro e vencedor de batalhas. Sem que Oxaguiã se desse conta, Airá trocou suas vestes vermelhas pelas brancas dos guerreiros de Oxaguiã, misturando-se aos soldados do rei de Ejibô. No caminho encontraram inimigos ao que Osi, medroso que era, escondeu-se atrás de uma grande pedra. Oxaguiã observava a disputa do alto de um monte, esperando o momento certo de entrar nela, mas, para sua surpresa, percebeu que um de seus soldados estava de cócoras, escondido atrás da pedra. Sorrateiramente Oxaguiã interpelou seu soldado e para sua surpresa deparou-se com Airá que chorava de medo, implorando seu perdão, por haver enganado o grande guerreiro branco. Oxaguiã, por sua bondade e sabedoria, compadeceu-se de Airá Osi. No entanto, como punição pela mentira de Airá, decidiu que naquele mesmo dia o jovem voltaria à sua terra natal vestindo-se de branco e nunca mais usaria o escarlate, devendo dedicar-se a arte da guerra para poder seguir com ele em suas eternas batalhas.
Os filhos de Airá Osi são considerados jovens guerreiros, lutam pelo que querem, mas as vezes deixam-se enganar pela impetuosidade. São calmos, não tidos a trabalhos intelectuais, são amorosos, alegres e sentimentais.
São muitas as invocações ou qualidades de Xangô, que, como vimos, se juntam às outras tantas de Airá. Em diferentes países e regiões da diáspora africana em que a religião dos orixás sobreviveu e prosperou, há diferentes variantes das qualidades dos orixás, pois cada grupo, geograficamente isolado, ao longo do tempo, acabou por selecionar esta ou aquela passagem mítica do orixá. Muitas foram esquecidas, outras ganharam novos significados. Cada qualidade é representada por diferentes cores e outros atributos, de modo que, pelas vestes, contas e ferramentas, ritmos e danças, é possível identificar a qualidade que está sendo festejada, principalmente no barracão de festas dos terreiros. Não só por esses aspectos, mas também pelas oferendas votivas e pelos animais que são sacrificados em favor da divindade.
O culto se multiplica, o poder de Xangô se expande.
Faces diferentes para outras faces.
Diz um oriki:

Òlò áwá la wulú
Olodó òlò odó
Oyá walé ni ilè Irá
Sangò walé ni Kosó.
Senhor do som do trovão
Senhor do pilão
Oiá desaparece na terra de Irá
Xangô desaparece na terra de Cossô
Xangô de Oió, Xangô de Cossô.
Da África e das América.
Xangô é um e é muitos, mas, como indica o sentimento dos devotos, essa multiplicidade pode ser reunida numa só pessoa: Xangô. É o mesmo que dizer, nas palavras de pai Pércio de Xangô, babalorixá do Ilê Alaketu Axé Airá: É tudo Xangô.

Bibliografia
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barros, José Flávio Pessoa de. A fogueira de Xangô… o orixá do fogo: uma introdução à música sacra afro-brasileira. Rio de Janeiro, Intercom—uerj, 1999.
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prandi, Reginaldo. Mitologia dos orixás. São Paulo, Companhia das Letras, 2001.
____. Xangô, o Trovão. São Paulo, Companhia das Letrinhas, 2002.
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rodrigues, Raimundo Nina. O animismo fetichista dos negros bahianos. Salvador, Reis & Cia., 1900. Reedição: São Paulo, Civilização Brasileira, 1935.
silveira, Renato da. Jeje-nagô, iorubá-tapá, aon efan e ijexá: processo de constituição do candomblé da Barroquinha, 1764-1851. Revista Cultura Vozes, Petrópolis, 94(6), pp. 80-101, 2000.
____. Sobre a fundação do terreiro do Alaketo. Afro-Ásia, Salvador, no 29-30, pp. 345-380, 2003.
vallado, Armando. Iemanjá, a grande mãe africana do Brasil. Rio de Janeiro, Pallas, 2002.
verger, Pierre. Orixás: deuses iorubás na África e no Novo Mundo. 5a ed. Salvador, Corrupio, 1997.
____. Notas sobre o culto aos orixás e voduns. Tradução de Carlos Eugênio Marcondes de Moura, do original de 1957. São Paulo, Edusp, 1999.
Resumo:
Partindo do relato mítico do orixá do trovão na história dos povos iorubás, o texto trata da importância do culto africano de Xangô na formação de ritos e cargos do candomblé instituído no Brasil. Apresenta principais variações rituais inscritas nos avatares do orixá e nos arquétipos de personalidade de seus filhos. Mostra também como muitos postos e títulos usados no candomblé correspondem a adaptações feitas a partir da estrutura administrativa da cidade de Oió, da qual Xangô teria sido um dos primeiros governantes e da qual é o grande patrono.

Reginaldo Prandi:
Professor Titular de Sociologia da Universidade de São Paulo, é autor de Os candomblés de São Paulo (1991), Herdeiras do axé (1996), Mitologia dos orixás (2000), Encantaria brasileira (organizador, 2001), Segredos guardados (2005), e dos infanto-juvenis Os príncipes do destino (2001), Ifá, o Adivinho (2002), Xangô, o Trovão (2003), Oxumarê, o Arco-Íris (2005), Minha querida assombração (2003), entre outros livros.
Armando Vallado:
Mestre e Doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo, é babalorixá do candomblé Casa das Águas, e autor do livro Iemanjá, a grande mãe africana do Brasil (2002).

OS APETRECHOS UTILIZADOS NOS TRABALHOS DE UMBANDA



Qual a função dos apetrechos na Umbanda?
- Os apetrechos tem várias utilidades, normalmente eles servem para trazer algum tipo de vibração que será utilizada nos trabalhos que serão realizados.
Quais são os apetrechos?
- Pemba, charutos, defumadores, estrela, marafo, imagem, água de beber, rosários ou guias, ervas, banhos.
(Estes são os apetrechos mais comuns, e o nome dado a cada apetrecho poderá ser diferente de um terreiro para o outro)
Qual a função de cada apetrecho
Pemba (giz) - Para traçar pontos que servem de firmeza e captação de forças para os trabalhos. Servem aos Exús para trancar a gira do mal.
Charutos - para defumação e oferendas, gratificação por trabalhos realizados.
Defumadores - para defumação do ambiente.
Estrela (vela) - Para pedir luz, para si, para um espírito, para desfazer trabalho, para pedir graças ou agradecer a todos tipos de espíritos. As cores variam de acordo com a necessidade do trabalho ou vibrações da pessoa.
Marafo (aguardente de cana) - Usado para descarrego e oferenda de gratidão aos trabalhos dos Exús.
Imagem - Para simbolizar para o filho de Umbanda como é o Caboclo, o Preto Velho e demais Espíritos, principalmente para aquele que não possui vidência. É um meio de aproximar o espírito e não se ora nem adora a imagem e sim o que ela representa.
Água de Beber - A água é sempre fluidificada com a força espiritual para beneficiar encarnado ou desencarnado, suprindo-lhe as necessidades do momento.
Rosários ou Guias - Servem para proteção do médium. São feitos de acordo com as vibrações características dos guias dos médiuns.
Ervas - São usadas para banhos e chás para saúde. Devem ser ministradas em ambos os casos, de acordo com a pessoas e com ciência.
Banhos - São transmissões de forças magnéticas para fortalecer , descarregar e limpar a aura, o perispírito do consulente.

**Matéria tirada do site "www.umbanda.hpg.com.br"

PENSAMENTOS BÁSICOS DO BOM ESPÍRITA



Humildade - Humildade - Humildade .
Respeito para com todas as RELIGIÕES sobre à FACE DA TERRA.
Ninguém sabe tanto quanto deveria "SABER".
Só existe um UNIVERSO, só existe um DEUS.
Porém existem diversas maneiras de AMAR e SERVIR à DEUS neste UNIVERSO.
Palavras de um " EXÚ " chamado de SR. MARABÔ

sábado, 24 de novembro de 2007

OS CIGANOS E A UMBANDA DIVINA


Os ciganos e a espiritualidade
CIGANOS NA UMBANDA
"Eu vi um formoso Cigano Sentado na beira do Rio Com seus cabelos negros E os olhos cor de anil Quando eu me aproximava o cigano me chamou Com seus dados nas mãos O cigano me falou Seus caminhos estão abertos Na saúde, na paz e amor, Foi se despedindo e me abençoou Eu não sou daqui,mas vou levar saudades, Eu sou o Cigano Pablo, lá das Três Trindades."
Esta linha de trabalhos espirituais já é muito antiga dentro da Umbanda, e carregam as falanges ciganas juntamente com as falanges orientais uma importância muito elevada, sendo cultuadas por todo um seguimento espírita e que se explica por suas próprias razões, elegendo a prioridade de trabalho dentro da ordem natural das coisas em suas próprias tendências e especialidades. Assim, numerosas correntes ciganas estão a serviço do mundo imaterial e carregam como seus sustentadores e dirigentes aqueles espíritos mais evoluídos e antigos dentro da ordem de aprendizado, confundindo-se muitas vezes pela repetição dos nomes comuns apresentados para melhor reconhecimento, preservando os costumes como forma de trabalho e respeito, facilitando a possibilidade de ampliar suas correntes com seus companheiros desencarnados e que buscam no universo astral seu paradeiro, como ocorre com todas as outras correntes do espaço.
O povo cigano designado ao encarne naTerra, através dos tempos e de todo o trabalho desenvolvido até então, conseguiu conquistar um lugar de razoável importância dentro deste contexto espiritual, tendo muitos deles alçado a graça de seguirem para outros espaços de maior evolução espiritual, juntamente com outros grupos de espíritos, também de longa data de reencarnações repetidas na Terra e de grande contribuição, caridade e aprendizado no plano imaterial.
A argumentação de que espíritos ciganos não deveriam falar por não ciganos ou por médiuns não ciganos e que se assim o fizessem deveriam faze-lo no idioma próprio de seu povo, é totalmente descabida e está em desarranjo total comos ensinamentos da espiritualidade sua doutrina evangélica, até as impossíveis limitações que se pretende implantar com essa afirmação na evolução do espírito humano e na lei de causa e efeito, pretendendo alterar a obra divina do Criador e da justiça divina como se possível fosse, pretendendo questionar os desígnios da criação e carregar para o universo espiritual nossas diminutas limitações e desinformação, fato que nos levaria a inviabilização doutrinária. Bem como a eleger nossa estada na Terra como mera passagem e de grande prepotência discriminatória, destituindo lamentavelmente de legitimidade as obras divinas. Outrossim, mantêm-se as falanges ciganas, tanto quanto todas as outras, organizadas dentro dos quadros ocidentais e dos mistérios que não nos é possível relatar. Obras existem, que dão conta de suas atuações dentro de seu plano de trabalho, chegando mesmo a divulgar passagens de suas encarnações terrenas. Agem no plano da saúde, do amor e do conhecimento, suportam princípios magísticos e tem um tratamento todo especial e diferenciado de outras correntes e falanges. Ao contrário do que se pensa os espíritos ciganos reinam em suas correntes preferencialmente dentro do plano da luz e positivo, não trabalhando a serviço do mau e trazendo uma contribuição inesgotável aos homens e aos seus pares, claro que dentro do critério de merecimento, tanto quanto qualquer outro espírito teremos aqueles que não agem dentro desse contexto e se encontram espalhados pela escuridão e a seus serviços, por não serem diferentes de nenhum outro espírito humano. Trabalham preferencialmente na vibração da direita e aqueles que trabalham na vibração da esquerda, não são os mesmo espíritos de ex-ciganos, que mantêm-se na direita, como não poderia deixar de ser e ostentam a condição de Guardiões e Guardiãs. O que existe são os Exus Ciganos e as Moças Ciganas, que são verdadeiros Guardiões à serviço da luz nas trevas, como todo Guardião e Guardiã dentro de seus reinos de atuação, cada um com seu próprio nome de identificação dentro do nome de força coletivo, trabalhando na atuação do plano negativo à serviço da justiça divina, com suas falanges e trabalhadores, levando seus nomes de mistérios coletivos e individuais de identificação, assunto este que levaria uma obra inteira para se abordar e não se esgotaria.
Contudo, encontramos no plano positivo falanges diversas chefiadas por ciganos diversos em planos de atuação diversos, porém, o tratamento religioso não se difere muito e se mantêm dentro de algumas características gerais. Imenso é o número de espíritos ciganos que alcançaram lugar de destaque no plano espiritual e são responsáveis pela regência e atuação em mistérios do plano de luz e seus serviços, carregando a mística de seu povo como característica e identificação. Dentro os mais conhecidos, podemos citar os ciganos Pablo, Wlademir, Ramirez, Juan, Pedrovick, Artemio, Hiago, Igor, Vitor e tantos outros, da mesma forma as ciganas, como Esmeralda, Carme, Salomé, Carmensita, Rosita, Madalena, Yasmin Maria Dolores, Zaira, Sunakana, Sulamita, Wlavira, Iiarin, Sarita e muitas outras também.
É imprescindível que se afirme que na ordem elencada dos nomes não existe hierarquia, apenas lembrança e critério de notoriedade, sem contudo, contrariar a notoriedade de todos os outros ciganos e ciganas, que são muitos e com o mesmo valor e importância.
Por sua própria razão diferenciada, também diferenciado como dissemos é a forma de cultuá-los, sem pretender em tempo algum estabelecer regras ou esgotar o assunto, o que jamais foi nossa pretensão, mesmo porque não possuímos conhecimento de para tanto.
A razão é que a respeito sofremos de uma carência muito grande de informação sobre o assunto e a intenção é dividir o que conseguimos aprender a respeito deste seguimento e tratamento. Somos sabedores que muitas outras forças também existem e o que passamos neste trabalho são maneiras simples a respeito, sem entrar em fundamentos mais aprofundados, o que é bom deixar induvidosamente claro. É importante que se esclareça, que a vinculação vibratória é de axé dos espíritos ciganos, tem relação estreita com as cores estilizadas no culto e também com os incensos, pratica muito utilizada entre ciganos. Os ciganos usam muitas cores em seus trabalhos, mas cada cigano tem sua cor de vibração no plano espiritual e uma outra cor de identificação é utilizada para velas em seu louvor.
Uma das cores, a de vinculação raramentese torna conhecida, mas a de trabalho deve sempre ser conhecida para prática votiva das velas, roupas, etc.
Os incensos são sempre utilizados em seus trabalhos e de acordo com o que se pretende fazer ou alcançar. Para o cigano de trabalho se possível deve-se manter um altar separado do altar geral, o que não quer dizer que não se possa cultua-lo no altar normal. Devendo esse altar manter sua imagem, o incenso apropriado, uma taça com água e outra com vinho, mantendo a pedra da cor de preferencia do cigano em um suporte de alumínio, fazendo oferendas periódicas para ciganos, mantendo-o iluminado sempre com vela branca e outra da cor referenciada. Da mesma forma quando se tratar de ciganas, apenas alterando a bebida para licor doce. E sempre que possível derramar algumas gotas de azeite doce na pedra, deixando por três dias e depois limpá-la.
Os espíritos ciganos gostam muito de festas e todas elas devem acontecer com bastante fruta, todas que não levem espinhos de qualquer espécie, podendo se encher jarras de vinho tinto com um pouco de mel. Podendo ainda fatiar pães do tipo broa, passando em um de seus lados molho de tomate com algumas pitadas de sal e leva-los ao forno, por alguns minutos, muitas flores silvestres, rosas, velas de todas as cores e se possível incenso de lótus.
As saias das ciganas são sempre muito coloridas e o baralho, o espelho, o punhal, os dados, os cristais, a dança e a música, moedas, medalhas, são sempre instrumentos magísticos de trabalho dos ciganos em geral. Os ciganos trabalham com seus encantamentos e magias e os fazem por força de seus próprios mistérios, olhando por dentro das pessoas e dos seus olhos. Uma das lendas ciganas, diz que existia um povo que vivia nas profundezas da terra, com a obrigação de estar na escuridão, sem conhecer a liberdade e a beleza. Um dia alguém resolveu sair e ousou subir às alturas e descobriu o mundo da luz e suas belezas. Feliz, festejou, mas ao mesmo tempo ficou atormentado e preocupado em dar conta de sua lealdade para com seu povo, retornou à escuridão e contou o que aconteceu. Foi então reprovado e orientado que lá era o lugar do seu povo e dele também. Contudo, aquele fato gerou um inconformismo em todos eles e acreditando merecerem a luz e viver bem, foram aos pés de Deus e pediram a subida ao mundo dos livres, da beleza e da natureza. Deus então, preocupado em atende-los, concedeu e concordou com o pedido, determinando então, que poderiam subir à luz e viver com toda liberdade, mas não possuiriam terra e nem poder e em troca concedia-lhes o Dom da adivinhação, para que pudessem ver o futuro das pessoas e aconselha-las para o bem.
É muito comum usar-se em trabalhos ciganos moedas antigas, fitas de todas as cores, folha de sândalo, punhal, raiz de violeta, cristal, lenços coloridos, folha de tabaco, tacho de cobre, de alumínio, cestas de vime, pedras coloridas, areia de rio, vinho, perfumes e escolher datas certas em dias especiais sob a regência das diversas fases da Lua...
"Trecho extraído do livro "Rituais e Mistérios do povo Cigano" de NelsonPires Filho Ed.MadrasWeb site: www.feguardioesdaluz.com.brAutor: Nelson Pires Filho

SETE MANDAMENTOS DE OTIMISMO



Consiga uma pequena vitória sobre cada pequena coisa que você proponha a fazer.


Nunca fique sem fazer nada, mesmo que esteja em descanso.


Nunca se queixe da má sorte, mas combate-a.


Nunca deixe de fazer diariamente um pequeno esforço.


Mantenha sempre vivo o poder de combatividade.


Se tiver de fazer vários trabalhos, comece por aquele que mais o desagrada.


Entre dois caminhos, escolha sempre aquele que sobe.

ORAÇÃO A IEMANJÁ




OH! DOCE, MEIGA E QUERIDA MÃE IEMANJÁ, VÓS PERMITISTES QUE NO MEIO DE VOSSA MORADA SE FORMASSEM AS PRIMITIVAS FORMAS DE VIDA, QUE FORAM O BERÇO DE TODA A CRIAÇÃO, DE TODA A NATUREZA E DE TODA A HUMANIDADE, ACEITAI NOSSAS PRECES DE RECONHECIMENTO E AMOR. OH! VISÃO DIVINA E CELESTIAL, QUE OS LAMPEJOS QUE EMANAM DE VOSSO DIÁFANO MANTO DE ESTRELAS VENHAM, COMO BENÉFICAS VIBRAÇÕES ESPIRITUAIS, ALIVIAR OS NOSSOS MALES, CURAR OS DOENTES, APAZIGUAR OS NOSSOS IRMÃOS IRADOS, CONSOLAR OS CORAÇÕES AFLITOS. QUE AS FLORES E OFERENDAS QUE DEPOSITAMOS EM VOSSO TAPETE SAGRADO, SEJAM POR VÓS ACEITAS E QUANDO ENTRARMOS NAS ÁGUAS PARA VOS AFERTÁ-LAS, SEJAM AS ONDAS DO MAR PORTADORAS DE VOSSOS FLUÍDOS DIVINOS. FAZEI, SENHORA RAINHA DAS ÁGUAS, COM QUE A ESPUMA DAS ONDAS EM SUA ALVURA IMACULADA TRAGA-NOS A PRESENÇA DE OXÁLA, LIMPE OS NOSSOS CORAÇÕES DE TODAS AS MALDADES E MALQUERÊNCIA. QUE OS NOSSOS CORPOS, TOCADOS POR VOSSAS ÁGUAS SAGRADAS, LIBERTEM-SE EM CADA ONDA QUE PASSA, DE TODOS OS MALES MATERIAIS E ESPIRITUAIS. QUE A PRIMEIRA ONDA A NOS TOCAR AFASTE DE NOSSAS MENTES TODOS OS EVENTUAIS DESEJOS DE VINGANÇA. QUE A SEGUNDA ONDA LAVE NOSSOS CORAÇÕES E NOSSO ESPÍRITO, PARA QUE NÃO NOS ATINJAM AS INFÂMIAS E MALQUERÊNCIA DE NOSSOS DESAFETOS. QUE A TERCEIRA ONDA AFASTE A VAIDADE DE NOSSOS CORAÇÕES. QUE A QUARTA ONDA LAVE NOSSO CORPO DE TODOS OS MALES E DOENÇAS FÍSICAS PARA QUE, SADIOS, POSSAMOS PROSSEGUIR. QUE A QUINTA ONDA AFASTE DE NOSSA MENTE A GANÂNCIA E A COBIÇA. QUE A SEXTA ONDA VENHA CARREGADA DE FLORES E QUE NOSSO MAIOR DESEJO, SEJA CULTIVAR O AMOR FRATERNAL ENTRE TODOS OS HOMENS. E QUE AO PASSAR A SÉTIMA ONDA, NÓS, PUROS E LIMPOS DE MENTE, CORPO E ALMA, POSSAMOS VER, AINDA QUE POR ALGUNS SEGUNDOS, O ESPLENDOR DE VOSSA GRANDIOSA IMAGEM.
E QUE ASSIM SEJA.

EXÚ





Orixá Princípio de Movimento e Interligação !!!
O Mensageiro dos Orixás!!!
Exú pode ser o mais benevolente dos Orixás se é tratado com consideração e generosidade.
O ARQUÉTIPO DE EXÚ Os filhos de Exú possuem um caráter ambivalente, ora são pessoas inteligentes e compreensivas com os problemas dos outros, ora são bravas, intrigantes e ficam muito contrariadas.
As pessoas de Exú não têm paradeiro, gostam de viagens, de andar na rua, de passear, de jogos e bebidas. Quase sempre estão envolvidas em intrigas e confusões.
Guardam rancor com facilidade e não aceitam ser vencidas.
Por isso para ter-se um amigo ou filho de Exú é preciso que se tenha muito jeito e compreensão ao tratar-se com ele.
A Lenda
Conta a lenda que houve uma demanda entre Exú e Oxalá para que pudesse saber quem era o mais forte e respeitado, e foi aí que Oxalá provou a sua superioridade pois, durante o combate, Oxalá apoderou-se da cabaça de Exú a qual continha o seu poder mágico transformando-o assim em seu servo. Oxalá então permitiria que Exú a partir de então recebesse todas as oferendas e sacrifícios em primeiro lugar.
A Importância de Exú é fundamental, uma vez que ele possui o privilégio de receber todas as oferendas e obrigações em primeiro lugar, nenhuma obrigação deve ser feita sem primeiro saudar a Exú.
É o dono de todas as encruzilhadas e caminhos, é o homem da rua, quem guarda a porta e o portão de nossas casas, quem tranca, destranca e movimenta os mercados, os negócios, etc.
Exú também nos confirma tudo no jogo de IFÁ (Búzios).
Lenda
Conta-se que Aluman estava desesperado com uma grande seca.
Seus campos estavam secos e a chuva não caia.
As rãs choravam de tanta sede e os rios estavam cobertos de folhas mortas, caídas das árvores. Nenhum Orixá invocado escutou suas queixas e gemidos.
Aluman decidiu, então, oferecer a Exú grandes pedaços de carne de bode.
Exú comeu com apetite desta excelente oferenda.
Só que Aluman havia temperado a carne com um molho muito apimentado.
Exú teve sede. Uma sede tão grande que toda a água de todas as jarras que ele tinha, e que tinham, em suas casas, os vizinhos, não foi suficiente para matar sua sede!
Exú foi á torneira da chuva e abriu-a sem pena.
A chuva caiu. Ela caiu de dia, ela caiu de noite. Ela caiu no dia seguinte e no dia depois, sem parar.
Os campos de Aluman tornaram-se verdes.
Todos os vizinhos de Aluman cantaram sua glória:

· Dono dos dendezeiros, cujos cachos são abundantes;
· Dono dos campos de milho, cujas espigas são pesadas!
· Dono dos campos de feijão, inhame e mandioca!
E as rãzinhas gargarejavam e coaxavam, e o rio corria velozmente para não transbordar! Aluman, reconhecido, ofereceu a Exú carne de bode com o tempero no ponto certo da pimenta. Havia chovido bastante.
Mais, seria desastroso!
Pois, em todas as coisas, o demais é inimigo do bom.

ORAÇÃO A SABEDORIA

Senhor, dá-me a esperança para vencer minhas ilusões, todas.
Plantai em meu coração a sementeira do amor
E ajuda-me a fazer feliz o maior número da humanidade possível, para ampliar seus dias risonhos e resumir as noites tristonhas.
Transforma meus rivais em companheiros, meus companheiros em amigos e meus amigos em entes queridos.
Não me deixeis ser um cordeiro perante os fortes e nem um leão diante dos fracos.
Dá-me o sabor de saber perdoar e afastai de mim o desejo de vingança.
Senhor, iluminai meus olhos para que eu veja os defeitos de minha alma e vendai-os para que eu não comente os defeitos alheios.
Senhor, levai de mim a tristeza e não a entregueis a mais ninguém.
Enchei meu coração com a divina fé, para sempre louvar o vosso nome e arrancai de mim o orgulho e a presunção.
Deus, fazei de mim um homem realmente justo.

ORAÇÃO A SANTA SARA




"Santa Sara, pelas forças das águas Santa Sara, com seus mistérios, possa estar sempre ao meu lado, pela força da natureza.
Nós, filhos dos ventos, das estrelas e da lua cheia, pedimos à Senhora que esteja sempre ao nosso lado; pela figa, pela estrela de cinco pontas; pelos cristais que hão de brilhar sempre em nossas vidas.
E que os inimigos nunca nos enxerguem, como a noite escura, sem estrelas e sem luar.
A Tsara é o descanso do dia a dia, A Tsara é a nossa tenda.
Santa Sara, me abençoe;
Santa Sara, me acompanhe.
Santa Sara, ilumine minha Tsara, para que todos que batam à minha porta eu tenha sempre uma palavra de amor e de caminho.
Santa Sara, que eu nunca seja uma pessoa orgulhosa, que eu seja sempre o(a) mesmo(a)...
"PESSOA HUMILDE!"
ATENÇÃO:
Essa belíssima Oração que tanto nos toca pela força de suas palavras é de autoria de: Ana da Cigana Natasha & Edileuza da Cigana Nazira

CONHEÇA O ORIXÁ QUE REGE SEU SIGNO - Áries - Ogum

Áries -Ogum

Touro – Oxossi


Gêmeos – Ibeji


Câncer – Oxum


Leão – Xangô


Virgem – Obaluayê


Libra – Oxumaré


Escorpião – Nanã


Sagitário – Iansã


Capricórnio – Omulu


Aquário – Oxalá


Peixes – Iemanjá


BANHOS



Pequeno Histórico sobre o uso dos Banhos.
O banho é a renovação do corpo e da alma, pois quando o corpo se sente bem e se acha refeito do cansaço, a alma fica também apta a vibrar harmoniosamente.
Os antigos hebreus já usavam as abluções, que não deixavam de ser banhos sagrados.
Moisés, o grande legislador hebreu, impôs o uso do banho em seus seguidores.
O batismo nas águas ministrado por São João Batista, no Rio Jordão, era um banho sagrado, pois o batismo nas águas senão o banho mais natural (e porque não o primeiro banho purificador do ser humano nos dias de hoje, afinal, se batizam crianças ainda pequenos) que conhecemos, purificador do espírito, mente e do corpo.
Os banhos sempre foram um potente integrante do sentimento religioso, haja vista os povos da Índia milenar serem levados a banhar-se nas águas do rio sagrado, o Ganges, cumprindo assim parte de um ritual que, para eles, é indispensável e sagrado.
Há em toda a época antiga um Rio Sagrado, no qual os povos iam se banhar para purificar-se física ou mentalmente. Na África, a água é tida como de grande poder de força e de magia. Vemos até hoje nos candomblés as Águas de Oxalá. Águas nos potes e tigelas, além de mirongas com água e axé. E quem nunca viu ou ouviu falar em lavar com água-de-cheiro as ESCADARIAS DO SENHOR DO BONFIM, em Salvador na Bahia ?
Para nossos índios, hoje os Caboclos da Umbanda, o banho de Rio era alegria, prazer, lazer, satisfação e descarga. O rio Paraíba é um rio sagrado para os Tupinambás. Nele os índios faziam (ou fazem) seus rituais secretos.
A Utilização dos Banhos em qualquer época, nos Centros e Terreiros de Umbanda, os banhos tem sido de grande importância na fase de iniciação espiritual; por isso, torna-se necessário um grande conhecimento do uso das ervas, raízes, cascas, frutos e plantas naturais.
E como já sabemos, os banhos de ervas devem ser preparados por pessoas especializadas dentro dos terreiros ou por você mesmo(a). Se forem preparados por outra pessoa, que ela esteja com o seu corpo físico e seu corpo astral purificados, pelo menos pelo banho de uma erva, e livres de excitações sexuais; nem por mulheres na fase de menstruação (corpo liberto).
A orientação e o uso das ervas são atribuições dos GUIAS ESPIRITUAIS, das ENTIDADES e dos ORIXÁS, através dos Chefes de Terreiros.Alguns Tipos de BanhosBanhos de descarga
O mais conhecido, e como o próprio nome diz, o Banho de Descarga (ou descarrego) serve para descarregar e limpar o corpo astral, eliminando a precipitação de fluídos negativos (inveja, ódio, olho grande, irritação, nervosismo, etc). Suprime os males físicos externamente, adquiridos de outrem ou de locais onde estiverem os médiuns. Este banho pode ser utilizado por qualquer adepto da Umbanda, desde que seguindo as recomendações das Entidades/Guias Espirituais.
Banhos de ritual
É o banho de incorporantes (médiuns de incorporação).
Esses banhos têm a função de estimular os fluídos da mediunidade, ativando, revitalizando as funções psíquicas para uma excelente trabalho de ritualização dos Guias Espirituais e é também recomendado para ativar e afinizar as forças dos Orixás, Protetores de Cabeça e do Anjo da Guarda.
Banhos de iniciadosEste tipo de banho deve ser utilizado nos centros e terreiros de Umbanda por seus aparelhos, médiuns, iniciantes ou não dentro da Lei da Umbanda. Ele propicia o equilíbrio entre a aura do corpo mental e a aura do corpo astral. Equilibra, de maneira satisfatória, a incorporação das Entidades em seus aparelhos mediúnicos (filhos-de-santo).
É um banho para ser usado com muito critério e cautela, pois para cada tipo de Entidade Espiritual é destinada uma planta ou várias plantas, num conjunto ritualístico. Um exemplo de banho de iniciados é o BANHO DE AMACI, aqui especialmente tratado Banho de Amaci
É o banho mais conhecido pelas pessoas que começam a freqüentar os Centros de Umbanda e que somente deve ser preparado por uma Entidade Espiritual ou pelo Guia Chefe do Terreiro, Pai/Mãe-de-Santo, Zelador(a) do Terreiro,Babalaô ou Chefe de Culto. É o banho que pode ser preparado da cabeça aos pés, ou simplesmente da cabeça, porque é preparado de acordo com o Santo, Orixá protetor do filho, iniciante na Umbanda.
O banho de amaci é próprio para a cabeça onde reside o nosso Santo Protetor, nosso Guia Espiritual. Só podem tomar o banho de amaci aqueles que forem freqüentar e desenvolver-se na gira de Umbanda, no Centro ou Terreiro. O próprio adepto não deve nunca prepará-lo e nem tomá-lo em casa; existe todo um ritual para que seja feito o amaci da Umbanda, isto é, ervas selecionadas de acordo com o Santo do Iniciante, bem como dia e hora apropriados, e demais requisitos que o banho exige.
A real importância do banho de ervas
Sua função dentro da terapia vegeto-astromagnética é de serem condensadores das energias solares e cósmicas.
Há ervas que recebem influxos mais diretos de certos planetas.
Como sabemos, um corpo celeste é a concretização de certas Linhas de Força ou Forças Sutis que determinado Orixá comanda. Assim, temos ervas para determinados Orixás.
Deve ser colhida dentro na quinzena positiva, isto é, nas Luas Nova e Crescente porque a energia vital ou prana faz seu ciclo, no reino vegetal obedecendo ao seguinte ritmo:

Lua minguante: força prânica se concentra na raiz, vitalizando-a permitindo que ela tire do solo nutriente físicos e hiperfísicos. Dura 7 dias para ser completada.
Lua Nova: o éter vital ou prana se concentra nas folhas, flores e frutos.
Lua Crescente: Nessa fase ainda há uma corrente prânica nas folhas, após o 4 dia, a corrente se desloca para os galhos menores, e até o 7 passa para os galhos maiores.
Lua Cheia: A corrente prânica desce mais ainda, alcançando o caule primário; desce até o 7 dia da Lua Cheia, quando o prana já está praticamente acumulado na raiz.

Portanto:
Não se deve colher ervas nas Luas Cheia e Minguante, pois a força vital, o prana, as energias eletromagnéticas estão na raiz, e é claro que ninguém vai tomar banho de raiz, pois se tomar será uma só vez, e não é de nosso feitio aniquilar o reino vegetal, nobre auxiliar para a sobrevivência do homem.
Para os banhos, as ervas deverão ser colhidas e logo depois usadas.
Devem ser verdes.
Para os chás, os mais eficientes serão os colhidos e usados logo, mas se estiverem secas suas folhas podem se prestar a sua função, pois ainda mantêm em sua composição física certas substâncias que serão úteis. Mas é importante que tenham sido colhidas nas Luas Nova ou Crescente.
Banho de desimpregnação ou eliminação de cargas negativas:
Sua função é eliminar as cargas negativas que ficam no Auro do indivíduo.
Como se faz:

• As ervas deverão ser colhidas verdes na Lua Crescente, na quantidade de 1, 3, 5 ou 7 qualidades, mas da mesma Vibração Espiritual, Linha.
• Após lavarem as ervas, são colocadas numa vasilha de louça branca, sobre uma mesa, onde se acende uma vela branca dentro de um pentagrama, isso tudo preparado com orações.
• A seguir, acrescenta-se na vasilha, onde já contidas as ervas, água fervente ou água de cachoeira, rio, mar etc. Se for água dessas procedências, tritura-se as ervas com as mãos (previamente lavadas e depois limpas com álcool) e, antes de banhar-se, retiram-se os restos, coando o sumo.
• Se for água quente, espera-se o tempo suficiente para que haja as transmutações vibratórias e para que a água se esfrie até a temperatura que permita ser usada sem lesar ou trazer queimaduras.
• Após o banho de higienização, o indivíduo volta-se para o ponto Sul e toma o banho de ervas, deixando o mesmo, junto com as ervas, passar pelo corpo todo, isto é do pescoço para baixo.
• Ao tomar o banho de descarga, colocar sob os pés pequenos pedaços de carvão, os quais devido ao elemento carbono, fixarão as cargas que as ervas deslocarem. O mecanismo básico deste banho é o de que a água, junto com as ervas, desloca cargas ou formas-pensamento que se tenham agregado ao Corpo Astral ou Corpo Etérico do indivíduo. Liberando as tensões, bloqueios e doenças e também limpando o corpo Astral.
• Após o banho, os detritos de ervas devem ser retirados do corpo, um a dois minutos depois, e colocados em algum recipiente de vidro por ser ele isolante, juntamente com o carvão, devendo ambos ser despachados em água corrente, sem o vidro é claro ou o resto das ervas, no caso de maceradas, podem ser despachados num rio ou numa mata.

O banho deve ser tomado com o indivíduo voltando-se de costas para o cardeal Oeste ou Leste. Quando a erva for macerada com as mãos as ervas não devem passar pelo corpo. Esse banho deve ser efetuado do pescoço para baixo.

Banho de sal grosso
Água e sal grosso, ou água do mar, ou sal-grosso mais espada de S. Jorge e guiné ou folhas de fumo. Passando o de sal grosso pela cabeça.
Banho de fixação ou ritualístico
Uma das mais importantes práticas para o bem estar físico e espiritual são os banhos ritualísticos. Preferimos denominá-los assim, visto que existem banhos com propósitos diferentes do popularmente conhecido como "banho de descarrego", desta forma faremos uma diferenciação.
É de caráter essencialmente mediúnico visando a precipitar em maior abundância fluidos eletro-físicos dos médiuns, aos quais facilitarão a ligação fluídico-vibratória entre o médium e o seu mentor espiritual. É também uma espécie de catalisador ou facilitador da assimilação fluídica entre o complexo astro-psíquico médium-Entidade atuante, isto é, além dos fluidos próprios da tônica vibratória do médium, há uma produção de fluidos da própria tônica vibracional da Entidade.
Como isso acontece?
Há uma transformação dos fluidos do médium nos da Entidade atuante, através dos processos complexos, mas que são facilitados e ativados com ervas que vibrem na mesma sintonia do Mentor atuante.
Levam em sua composição:
Neste artigo trataremos dos três principais banhos preconizados pela Umbanda Esotérica, quais sejam:
Banhos de Descarga,
Banhos Litúrgicos
Banhos de Essências.
Os chamados "banhos de descarga" ou "banhos de descarrego" , tem como finalidade deslocar ou eliminar as cargas negativas que ficam agregadas ao AURA ou Corpo Etérico do indivíduo. Temos variadas causas de energias negativas, como emissão de cargas mentais através de pessoas que nutrem sentimentos de ódio, vingança, inveja, ciúmes, despeito e outros sentimentos negativos, além das causas de ordem Astral, através da ação negativa de seres desencarnados. Este tipo de banho não deve ser aplicado na cabeça.
Os "banhos de elevação" ou "litúrgicos", são utilizados por médiuns já Iniciados, considerados aptos a atuarem mediunicamente ou que estejam prestes a sê-los. Este tipo de banho movimenta certas energias de ordem psíquicas, podendo trazer vários distúrbios se a pessoa que for usá-lo não estiver nestas condições.
Os "banhos de essências" tem como finalidade harmonizar o indivíduo consigo mesmo, com seu grupo vibratório afim ou mesmo predispô-lo a níveis de consciência mais elevados. Este banhos podem ser usados em qualquer fase da lua, em qualquer horário, devendo obrigatoriamente passar pela cabeça. Para que cada banho deste tenha o efeito desejado, é necessário observar alguns pontos importantes. Antes de mais nada, temos que "descobrir" qual o Orixá que rege a pessoa. Isto é bastante simples, visto que o signo natal está diretamente relacionado com sua Vibração Original.
Senão, vejamos: Banho para médiuns já iniciados - banho de elevação
Este banho mexe certas energias de ordem psíquica, podendo trazer sérios distúrbios se o médium que for usá-lo não estiver nas condições citadas. Esse banho liga o médium com o seu interior, fazendo-o a elevar-se a níveis superiores de consciência, sendo por isso elo de ligação com os mentores do dito médium.
O preparo:
• Escolher 3, 5 ou 7 qualidades de ervas de Orixalá. Sim, nesse banho só se utiliza ervas de Orixalá. Às outras ervas é interditada a função de serem utilizadas nesse tipo de banho. • Após colhidas e lavadas, as ervas são colocadas numa vasilha de louça branca ou ágata. Após adicionar água de cachoeira ou água de mina, ou seja, uma água pura.
• A seguir, acende-se sobre uma mesa uma luz de lamparina (lamparina dentro de um pentagrama).
• Assim feito, inicia-se a trituração de ervas, sendo as mesmas com as mãos bem limpas (limpas com álcool) e com a corrente mental ou de pensamentos mais puros possíveis , que se prenda às finalidades do banho. Ao assim fazer, as vibrações serão melhor catalisadas na água, tornando o banho um possante agente de elevação vibracional.
• Após a trituração, coa-se, retirando o resto das folhas, estando o sumo pronto para ser usado, se possível dentro ainda da hora favorável do Sol.
• Para se usar o banho de elevação toma-se primeiro o banho de higienização física; logo a seguir, toma-se esse banho, passando-o pela cabeça, fato primordial, sendo que, se possível for, deve-se ficar voltado para o cardeal Oeste ou Leste (de costas para os mesmos), respirando-se lenta e profundamente.
• Não se enxugue por um período de 3 minutos, para que possa haver plena transfusão e precipitação de elementos de ordem mental, astral e física.
Repetir esse banho sempre que sentir necessidade ou quando for para a sua sessão.
Caso fique difícil para o filho de fé escolher o melhor horário, faça no horário vibratório de Orixalá, que é das 9:00 às 12:00 podendo-se tomar também no domingo, que é o dia de Orixalá.
Identificada a Vibração Original do indivíduo, devemos escolher as ervas afins a esta Vibração. Toda erva a ser usada em qualquer banho deve ser colhida apenas nas luas NOVA ou CRESCENTE (Luas positivas) e nunca nas luas CHEIA e MINGUANTE (Luas Negativas).
As ervas devem ser maceradas (amassadas com a mão) e nunca fervidas, sendo a sua quantidade sempre em número de 1, 3, 5,ou 7 ervas, que devem ser colhidas e preparadas, preferencialmente no horário vibratório do Orixá.

Data de Nascimento; Signo; Vibração original

21 de Março a 20 de Abril ; Áries; OGUM

21 de Abril a 20 de Maio; Touro; OXÓSSI

21 de Maio a 20 de Junho; Gêmeos; YORI

21 de Junho a 20 de Julho; Câncer ; YEMANJÁ

22 de Julho a 22 de Agosto; Leão; OXALÁ

23 de Agosto a 22 de Setembro; Virgem; YORI

23 de Setembro a 22 de Outubro; Libra; OXOSSI

23 de Outubro a 21 de Novembro; Escorpião ; OGUM

22 de Novembro a 21 de Dezembro ; Sagitário; XANGÔ

21 de Janeiro a 19 de Fevereiro; Aquário ; YORIMÁ

20 de Fevereiro a 20 de Março ; Peixes; XANGÔ


Vibração Original; Ervas Afins; Horário Vibratório

OXALÁ ;
Arruda, Levante, Erva, Cidreira, Alecrim, Girassol, Hortelã, Laranja (folhas), Arnica, Poejo;
09:00 às 12:00

YEMANJÁ ; Unha de vaca, Picão do Mato, Folhas de Lágrimas de Nossa Senhora, Erva Quaresma, Abóbora d'anta, Mastruço, Chapéu de couro ; 18:00 às 21:00

YORI ; Amoreira, Anil, Abre-Caminho, Alfazema, Suma-roxa, Quina-Roxa, Capim Pé de Galinha, Salsaparrilha, Arranha-Gato, Manjericão ; 12:00 às 15:00

XANGÔ ; Maria-Nera, Limoeiro, Erva Moura, Aperta-Ruã, Erva Lírio, Maria Preta, Café (Folhas), Mangueira (Folhas), Erva de Xangô ; 15:00 às 18:00

OGUM ; Losna, Comigo-ninguém-pode, Romã (folhas), Espada de Ogum, Flecha de Ogum, Erva de Coelho, Cinco Folhas, Macaé, Erva de Bicho (Folha de Jurupitã), Jurubeba (Folhas); 03:00 às 06:00

OXÓSSI ; Malva, Rosa, Malvisco, Mil Folhas, Sabugueiro, Funcho, Sete Sangrias, Cravo de Defunto, Folhas de Aroeira, Azedinho, Fava de Quebrante (Folhas), Gervão Roxo, Grama Pernambuco, Grama Barbante; 06:00 às 09:00

YORIMÁ ; Mal-com-tudo, Guiné-pipi, Negramina, Tamarindo, Eucalipto, Cipó Caboclo, Cambará, Erva grossa, Vassoura Preta, Vassoura Branca ; 21:00 às 24:00

Após o banho, deve-se fazer a limpeza do local, colocando resto de ervas e os pedaços de carvão em uma sacola plástica, lavando-se toda a área de banho com uma solução de uma colher de sopa de vinagre para dois litros d'água.
Tomado o banho de descarga, o indivíduo pode (e deve) tomar o banho de essências, sendo as mais indicadas para cada Vibração Original as seguintes:

Vibração Original; Essencias

OXALÁ ; Sândalo / Jasmim / Acácia e Angélica
YEMANJÁ ; Verbena / Açucena
YORI; Benjoim / Alfazema / Verbena
XANGÔ ; Bálsamo / Mirra
OGUM ; Aloés Vera / Tuberosa / Ciclame
OXÓSSI ; Narciso / Jacinto / Violeta
YORIMÁ ; Alfazema / Junquilho / Mandrágora

Para um litro d'água, usar uma colher das de chá com a essência pura (não o perfume), agitando o recipiente para ativar o banho.
Toma-se da cabeça para baixo.

A UMBANDA DE SEU MARTIM PESCADOR


São também grandes Mestres da jurema e possuidores de um grande ensinamento.
São em geral marinheiros, marujos, navegadores e pescadores que na maioria tiveram seu desencarne nas águas profundas do mar.
São comandados e chefiados pelo Mestre Martim, grande catimbozeiro e que trabalha com as energias das águas do mar.
Em comum não são possuidores de giras próprias e se fazem presentes nas giras do Catimbó.
Em algumas regiões são conhecidos como baianos ou marujeiros. Quase sempre se apresentam bêbados, e tem em suas danças o balanço das ondas do mar. Suas cores são o branco e azul, vem quase sempre vestidos de marujos, tem no peixe o seu símbolo máximo, comem todos os tipos de frutos do mar e bebem também a cerveja e a cachaça.
Sua saudação é TRUNFÊ, TRUNFÁ TRUNFÁ REÁ, A COSTA MARUJADA!!!
O Céu está claro e a noite estrelada se descortina revelando a lua, cheia e brilhante.
O mar reflete a doce forma ondulada do astro mãe que parece uma grande pérola na imensidão do Céu.
O marujo, do alto de seu mastro, olha a Lua e se embriaga com seus raios de prata e no convés, o capitão olha sobre seu leme e vê a Terra se aproximar.
Ao longe, o som dos atabaques repinicando faz ouvir o reto da marujada que vêm chegando.
No Terreiro, o voz da preta-velha comanda: - " Ah, mano"! E o Ogam canta:

Ôh Marinheiro, é hora
É hora de vir trabalhar
Ôh Marinheiro, é hora
É hora de vir trabalhar
É Céu
É Mar
São os Marinheiros que vêm nas ondas do mar
É Céu
É Mar
São os Marinheiros que vêm nas ondas do mar
Ôh, Zé
Quando vem lá da lagoa
Toma cuidado com o balanço da canoa
Ôh, Zé
Quando vem lá da lagoa
Toma cuidado com o balanço da canoa
Ôh Zé
Faça tudo o que quiser
Só não maltrate o coração dessa mulher.
Ôh Zé
Faça tudo o que quiser
Só não maltrate o coração dessa mulher.

Mas, quando se canta um ponto como o que está ai em cima, com certeza se sabe que um comprade está chegando na gira.
A gira de marinheiro e bem alegre e descontraída. Eles são sorridentes e animados, não tem tempo ruim para esta falange. Com palavras macias e diretas eles vão bem fundo na alma dos consulentes e em seus problemas.
A marujada coloca seus bonés e, enquanto trabalham, cantam, bebem e fumam. Bebem Whisky, Vodka, Vinho, Cachaça, e mais o que tiver de bom gosto. Fumam charuto, cigarro, cigarrilha e outros fumos diversos.
Em seus trabalhos são sinceros e ligeiramente românticos, sentimentais e muito amigos. Gostam de ajudar àqueles e àquelas que estão com problemas amorosos ou em procura de alguém, de um "porto seguro".
A gira de marinheiro, em muito, parece uma grande festa, pela sua alegria e descontração, mas também, existe um grande compromisso e responsabilidade no trabalho que e feito.

Mano meu, Mano meu
Aonde estás que não me responde
Mano meu, Mano meu
Aonde estás que não me responde
Ah, Mano meu
Nunca fiz mau a ninguém
Ah, Mano meu
Eu só sei fazer o bem
Ah, Mano meu
Nunca fiz mau a ninguém
Ah, Mano meu
Eu só sei fazer o bem

Aos poucos eles desembarcam de seus navios da calunga e chegam em Terra. Com suas gargalhadas, abraços e apertos de mão. São os marujos que vêm chegando para trabalhar nas ondas do mar.
Os Marinheiros são homens e mulheres que navegaram e se relacionaram com o mar. Que descobriram ilhas, continentes, novos mundos.
Enfrentaram o ambiente de calmaria ou de mares tortuosos, em tempos de grande paz ou de penosas guerras.
Os Marinheiros trabalham na linha de Iemanjá e Oxum (povo d'áqua) e trazem uma mensagem de esperança e muita força, nos dizendo que se pode lutar e desbravar o desconhecido, do nosso interior ou do mundo que nos rodeia se tivermos fé, confiança e trabalho unido, em grupo.
Seu trabalho é realizado em descarregos, consultas, passes, no desenvolvimento dos médiuns e em outros trabalhos que possam envolver demandas. Em muito, seu trabalho é parecido com o dos Exus, os quais, também podem trabalhar nessa linha. Dificilmente um leigo irá notar a diferença entre os marinheiros e os Exus na ora da gira, pois os Exus vêm com todos os trejeitos dos Marinheiros e com outros nomes, é quase imperceptível.