domingo, 31 de agosto de 2008

CIGANO VLADIMIR

Este cigano é "do mundo"!
É protetor do trabalho, consola e ajuda à todos os que estão momentaneamente sem ele.
Cigano imperioso e trabalhador, gosta das coisas boas da vida, que depois do trabalho seriam:
mulher, mulher e mulher, depois música e comida.
Responsável, falante e guerreiro, os que não tem medo de lutar podem ir até ele.

CIGANO VLADIMIR, UM POUCO DA SUA HISTÓRIA

A mesma observação que por algumas vezes fiz, fica valendo aqui, ou seja, são inúmeras as interpretações dadas para a vida dessa magnânima
Entidade Espiritual chamada Vladimir.
Um Cigano que tem seu nome respeitado e talvez ao lado de Santa Sarah seja a Entidade mais cultuada dentro da chamada Linha do Oriente ou Povo do Oriente.
Por essa sua popularidade e mais que tudo como gratidão ao seu bondoso Espírito, sempre protetor e amigo em nossa vida pessoal, é que resolvi falar um pouco dele aqui.
Escolhi duas das histórias mais correntes:

a primeira versão, muito antiga por sinal e que corre de boca em boca, diz que Vladimir apaixonou-se perdidamente uma Cigana de sua Tribo, só que esse sentimento pela tal Cigana também surgiu dentro do coração de seu irmão.
Para decidir a questão, o irmão de Vladimir propôs um duelo em que ambos disputariam a amada.
Para não fugir à tradição, conta-se que Vladimir aceitou a proposta e dirigiu-se então para o tal duelo, porém, na hora exata de desfechar o golpe, percebeu ele que levaria vantagem, só que essa vantagem significava a possibilidade de matar o próprio irmão.

Aí então, Vladimir tem uma reação totalmente surpreendente para todos que assistiam o duelo, ou seja, não agrediu, ao contrário, não esboçou qualquer reação e assim então, acabou sendo apunhalado pelo próprio irmão, caindo morto em seguida.
A continuidade da história tem um desfecho um tanto quanto trágico, pois a tal Cigana vendo seu amado caído no chão, morto com um punhal cravado no peito, caiu por sobre seu corpo e chorando retirou o punhal do peito de Vladimir, cravando-o em seguida em seu próprio peito, ato este que culminou também em sua morte.
Outra versão, essa enviada por uma amiga e pesquisadora de Cultura Egípcia e Cigana.

Segundo essa amiga a versão a seguir chegou até ela contata por uma Cigana mesmo, ou seja pessoa de etnia Cigana.
Conta-se que o Cigano Vladimir era de origem eslava (Indo-Européia) e que se apaixonou perdidamente por Esmeralda, que assim a chamavam por gostar de trabalhar em magia de cura com pedras verdes (a pedra Esmeralda é verde e também utilizada em cura!) e também gostava desta pedra para o seu uso pessoal, por isto esse apelido; mas ela se casou com outro, pois já estava prometida.
Vladimir se desesperou e começou a beber descontroladamente.
Mais tarde, um pouco conformado, mas ainda apaixonado, passa a trabalhar com magia para unir os casais.

Muitos anos depois, com eles já um pouco idosos, eles se unem, mas ficam pouco tempo juntos, pois ela logo morre.
Seja de que forma for queridos leitores, o fato é que Vladimir é hoje uma Entidade de muita luz, sempre evocada com muito carinho por todos os amantes da Cultura Cigana, principalmente por aqueles que mantém algum tipo de ligação, volto a dizer, com as gloriosas Entidades Espirituais Ciganas, hoje brilhando como pontos luminosos, na Estrada de Estrelas do Espaço Infinito.

CIGANO VLADIMIR

Era moreno-claro, de olhos e cabelos pretos.

SUAS ROUPAS
Wladimir usava roupas diferentes, conforme a fase da lua.
O detalhe constante nessas roupas é que a calça era sempre da mesma cor do colete de veludo que ele vestia por cima da blusa.


Na Lua cheia, ele usava blusão vermelho com colete e calça azul-turquesa;

na Lua crescente, blusão branco, colete e calça brancos rebordados com fios de prata;

na Lua nova, blusão azul-turquesa, colete e calça vermelhos rebordados com pedras coloridas; e

na Lua minguante, blusão branco de mangas compridas, colete e calça marrons e uma faixa branca na cintura.
Em todas as fases da Lua ele usava na cintura uma faixa branca, na qual trazia o seu punhal de prata.

SEUS ADEREÇOSOS

lenço que Wladimir usava na cabeça era de cores diferentes, conforme a fase da Lua.Era azul na Lua cheia, branco no quarto crescente e vermelho na Lua nova.
Na orelha esquerda ele trazia uma argola de ouro e, no pescoço, um cordão de ouro com um medalhão antigo de seu clã.

SUA MAGIA

O Cigano Wladimir aprendeu a tocar violino com seis anos de idade.
Hoje, quando chega à Terra como espírito,pede logo o seu violino e começa a tocar antigas músicas eslavas.

Um detalhe importante:

quem tem esse Cigano na aura não precisa saber tocar violino, pois, ao chegar, ele traz a essência da música.
Esse é o mistério de Wladimir.

sábado, 30 de agosto de 2008

A DOR ENSINA GEMER



Existe um padrão que tem se repetido algumas vezes e que não havia me chamado a atenção, mas pela repetição despertou o meu interesse.
Trata-se da equação Oferta de Trabalhos Espirituais X Pedido de Trabalhos Espirituais.
Não entenderam?
Explico melhor.
Acontece muitas vezes de nós umbandistas, sacerdotes ou não, termos a sensibilidade de percebermos a necessidade da realização de um trabalho espiritual, seja uma simples consulta, frente a determinadas situações das pessoas que nos cercam.
Não falo daquelas pessoas que nos procuram já com esse objetivo, mas sim dos nossos entes queridos, amigos, colegas de trabalho, irmão umbandistas entre outras.
As vezes em uma conversa informal e despretenciosa, nos deparamos com histórias e circunstâncias vivenciadas pelo nosso intelocutor, que ativam o nosso estado de alerta e despertam a nossa percepção para o sentimento de que algo espiritual deveria ser feito sobre o caso específico.
Imbuídos do espírito fraterno, na maioria dos casos nos oferecemos para realizarmos alguma ajuda, que venha sanar, solucionar ou resolver a questão em pauta.
Por acreditarmos nas coisas do sagrado, no mundo espiritual e suas leis de ação e reação, por sermos praticantes, militantes e principalmente termos fé e acreditarmos no aporte do mundo espiritual, rápido é o impulso que toma conta da gente e quando menos esperamos, lá estamos nós oferecendo ajuda.
O problema começa exatamente no oferecimento.
A experiência tem me mostrado que oferecer-se não trás os resultados óbvios, ou seja, ajuda oferecida, oferecimento aceito.
Volta e meia ficamos com o sentimento de que ao oferecer a ajuda estamos forçando uma barra, como se diz, porque passado o primeiro instante, começa pela pessoa que queremos ajudar uma série de criações de obstáculos para que a mesma não se concretize.
De um lado ficamos nós os que enxergamos claramente a necessidade e do outro os necessitados obstaculizando a oportunidade oferecida.
Já me pertubei com tais momentos, já me melindrei por tais atitudes, já me aborreci bastante, até o ponto de me magoar com algumas pessoas.
Resumi a questão para preservar a minha auto-estima nos seguintes motivos:
O necessitado não quer a ajuda, não precisa da ajuda, não acredita que possamos ajudar de fato, e, por fim, prefere continuar do jeito que está, pois sentirá falta do problema e suas consequências.
Esse último lembra bem o caso do obsediado que livre do obssessor o chama inconscientemente de volta por sentir falta da simbiose, ou do viciado que não tem atitude em relação ao vício, pois sentirá a ausência do estado vicioso e assim por diante.
Em contra-partida é possível chegar a conclusão, que quando a necessidade aperta o desespero de causa chega. Geralmente, é quando o caso está na casa do sem jeito. Busca-se então, de forma desenfreada, a ajuda anteriormente rejeitada.
Nos tempos da mágoas eu diria:
“Nada como um dia atrás do outro e uma noite pelo meio”.
Hoje, mais maduro eu entendo que tenho que controlar melhor os meus impulsos salvacionistas (é difícil, as vezes ainda escapa) e esperar que realmente me seja formulado um pedido de socorro formal.
Para chegar essa conclusão, apenas me coloquei um dia no lugar do evangélico que tentou me abordar com a salvação, que eles costumam levar a todos.
Diante da minha recusa veemente, imaginei o quanto esse evangélico deve ter ficado estupefato e sem compreender a minha atitude.
Senti a sua dificuldade em aceitar o fato, que eu tinha recusado a solução, que para ele além de ser legítima é na convicção dele, a única capaz de resolver de forma inquestionável todos os meus problemas.
Os espíritas costumam dizer que:
“Fora da caridade, não há salvação!”.
Concordo, mas temos que ter o cuidado de não exaurirmos os nossos recursos (afinal eles também são nossa responsabilidade, perante a Lei Divina - lembremos sempre da Parábolas dos Talentos), de olharmos a necessidade real para tal caridade, de observarmos se a caridade que faremos ajudará de fato e finalmente se a pessoa está pronta para ser ajudada.
Caso contrário, ajuda ofertada, ajuda rejeitada, ou na melhor das hipóteses mal utilizada.
Tem certas horas que melhor é ficar calado e esperar que o sapato do outrem aperte.
O tamanho da necessidade, em determinados casos, é que forja a humildade de se aceitar o que se oferece de bom grado e sem segundas intenções.
A dor ensina a gemer e o pedido de ajuda surge espontaneamente como consequência natural.
Com relação aos entes queridos e amigos, por uma série de motivos, o pedido de ajuda pode nunca mais ser colocado por eles outra vez.
No caso dos irmãos umbandistas, casa de ferreiro…
É melhor que o espeto de pau da casa cuide do assunto da melhor forma e quando lhe convier.
No mais, uma certeza, antes de oferecer ajuda a alguém esteja completamente convicto que o ajudado realmente quer sua intervenção, ou melhor, ainda, aguarde ele fazer a solicitação com todas as letras.

JESUS TE AMA!


Incontestável esse ato de amor!
Jesus ama a todos.
A você e a mim, sem distinção alguma.
Seja Ele chamado de Jesus, Jesus Cristo, Oxalá, Orixalá, Governador Planetário ou Nazareno, seja considerado Santo, Deus, Orixá, Mestre, Segunda Pessoa da Santíssima Trindade ou apenas um personagem histórico, o fato que seu amor é verdadeiro para todos que acreditam na sua existência e tem fé nos seus ensinamentos, exemplo de vida e papel planetário e cósmico.

Esse amor é uma realidade para todos os cristãos, espíritas, umbandistas, entre outros, apenas para ficar no exemplo.
Como sabemos, essa frase “Jesus te ama” é utilizada como bandeira de abordagem pelos cristãos evangélicos, principalmente os do segmento pentecostal.
Nós umbandistas, volta e meia, somos atingidos por essa expressão, proferidas pelos obreiros evangélicos, não como uma constatação de que Ele realmente ama todos, mas sim, num tom de reprimenda e advertência, tipo: “Jesus te ama, portanto, veja o que você está fazendo e se corrija.
Ele está sempre pronto, para receber o filho pródigo que se desviou do caminho!”. Ou seja, nós que professamos uma religião diferente da deles, nós que estamos (na visão deles) comungando com os demônios (sic), devemos ser lembrados que embora, estejamos a um passo do “fogo do inferno”, Jesus nos ama e basta apenas que nos “entreguemos” a Ele, renegando a nossa religião, que seu amor através da fé evangélica nos libertará.
Seria piada se não fosse a mais pura expressão de soberba, prepotência e intolerância religiosa.
Soberba por ser uma arrogância se achar em condição superior aos demais que não comungam da sua fé;
prepotência por entender que se está investido de um poder superior, que o habilita a tentar “salvar” alguém e
intolerância religiosa, pela total falta de respeito ao direito constitucional de liberdade de crença alheio.
Nós umbandistas, não nos revestimos de salvadores da pátria, convertidos de última hora.
Respeitamos integralmente, mais do que os direitos constitucionais, de um país laico como o Brasil, o direito espiritual inalienável de todos os nossos irmãos planetários de escolherem o seu religare com o Sagrado, seja uma religião, uma doutrina, uma profissão de fé, ou apenas uma simples escolha de trabalhar pelo bem maior.
Em pleno terceiro milênio, “Jesus te ama!” tem sido usado como uma forma beligerante de intolerância e discriminação religiosa.
Acreditam determinados “obreiros”, que estão trabalhando para arrancar o argueiro dos olhos dos infiéis, esquecendo completamente de arrancar a trave, não dos seus próprios olhos, ou dos seus corações, mas de suas próprias almas.

Ao ser atacado por um “Jesus te ama!”, se der tempo eu respondo:
“Ele ama você também!”.

O PRETO VELHO E O JULGAMENTO DO MÉDIUM


Dentro do Centro Espírita,
Os mestres de branco aconselhavam e oravam.
Fora do Centro e de vista,
O preto velho a todos protegia e guardava.

O Médium sentou e se preparou,
Para psicografar a mensagem.
Quando o preto velho se aproximou,
O moço ficou julgando a entidade.

“Onde já se viu espírito,
Com esse jeito de ex-escravo negro?
Se ele fosse mesmo evoluído,
Não falaria assim desse jeito.”

O preto velho sorriu,
Mesmo perdendo a viagem.
Não entendia o preconceito do médium,
Mas, ainda assim, deu-lhe um passe.

Ele sabia que no dia certo,
Aquele médium perceberia o fato:
Que se aprende tanto com o médico,
Quanto com o operário.

Despediu-se dos mestres do Centro,
Que lhe olharam pedindo paciência.
Embora o trabalho ainda fosse lento,
Aumentava o discernimento e consciência.

A cada dia que passa,
Os novos médiuns estão descobrindo.
Que não importa como se fala,
E sim o que está sendo dito.

Por isso é que na rua ou no Terreiro de Umbanda,
O Preto Velho continua o seu trabalho e nunca pára.
Até que os tambores de Aruanda
O convidem para uma outra jornada.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

BANDEIRA LINDA DE OGUM


Está içada lá no Humaitá
Ele é Ogum, é general de umbanda
Ogum venceu demanda
Em qualquer lugar

Eu tenho sete espadas para me defender
Eu tenho Ogum em minha companhia
Ogum é meu pai,
Ogum é meu guia
Ogum é meu pai
Ele filho da Virgem Maria

Beira rio, beira rio, beira mar
O que se ganha de Ogum
Só Ogum pode tirar (2x)
Seu Ogum de Ronda
E quem vem girar
E vem trazendo folhas
Pra descarregar

Se meu pai é Ogum
Vencedor de demandas
Ele veio de aruanda
Pra salvar filhos de umbanda
Ogum, Ogum Iara
Ogum, Ogum Iara
Salve os campos de batalha
Salve a sereia do mar
Ogum, Ogum Iara
Ogum, Ogum Iara

Que cavaleiro é aquele
Que vem cavalgando pelo céu azul
Ele é São Jorge guerreiro
A falange de Ogum
Ê e e, seu canjira
Ê e e, seu canjira pisa no conga

Quem está de ronda é
Ogum é quem vem rondar
Abre a porta ó gente
Deixa a falange de Ogum entrar

Ogum de Male
Não me deixes sofrer tanto assim (2x)
Quando eu morrer
E passar pela Aruanda
Vou pedir meu pai Ogum
Para salvar filhos de Umbanda

Seu Ogum Beira Mar
O que trouxe do mar (2x)
Quando ele vem beirando a areia
Vem trazendo no braço direito
O rosário de mamãe sereia(2x)

Segura essa gira Ogum
Não deixe a demanda entrar
É hora, é hora, é hora Ogum
É hora de trabalhar
E Ogum cavaleiro de Oxum
E remador de Iemanjá
Ele é soldado, ele é guerreiro
E ordenança de Oxalá

terça-feira, 26 de agosto de 2008

OXUM NA UMBANDA



Oxum / Nª. Srª. da Conceição, na Umbanda

Na interpretação mais tradicional na Umbanda,
Oxum é considerada uma cabocla da linha de Iemanjá.
"Cabocla Oxum"
líder da sua sétima falange.
Devido ao sincretismo com Nossa Senhora
(principalmente nas invocações em que parece mais jovem, como Nossa Senhora da Conceição),
a cor de suas guias costuma ser o azul-escuro.

MITOS DE OXUM

Oxum queria muito aprender a arte da adivinhação
e foi procurar Exu que, matreiro, disse a Oxum que lhe ensinaria os segredos da adivinhação se ela, durante sete anos, passasse, lavasse e arrumasse sua casa.
Oxum foi aprendendo a arte da adivinhação cumprindo seu acordo.
Findando os sete anos, Oxum e Exu, tinham se apegado bastante pela convivência em comum e Òsùn resolveu ficar em sua companhia.
Um dia, Xangô passou, avistou Oxum que se banhava à margem do rio e se apaixonou.
Perguntou se não gostaria de morar em sua companhia em seu palácio em Oyó.
Oxum rejeitou o convite, pois lhe fazia muito bem a companhia de Exu.
Xangô então sequestrou Oxum e levou-a em sua companhia.
Exu saiu a procurar, por todas as regiões, pelos quatro cantos do mundo sua doce pupíla de anos de convivência.
Chegando nas terras de Xangô, foi surpreendido por um canto triste e melancólico que desvinha da direção do palácio do rei de Oyó, da mais alta torre.
Lá estava Oxum, triste e a chorar por sua prisão.
Exu, esperto e matreiro, procurou a ajuda de Òrùnmílá, que de pronto agrado lhe sedeu uma poção de transformação para Oxum desvencilhar-se dos dominíos de Xangô.
Exu, por meio da magia pôde fazer chegar as mãos de sua companheira a tal poção.
Ela tomou a poção mágica e transformou-se em uma linda pomba dourada, que voou e pôde então retornar em companhia de Exu para sua morada.
Oxum queria saber o segredo do jogo de búzios que pertencia a Exu e este não queria lhe revelar.

Ela então procurou na floresta as Iyami Oxorongá e lhes perguntou como enganar a Exu e conseguir o segredo do jogo de búzios.
As feiticeiras, querendo pregar uma peça a Exu, ensinaram toda a sorte de magias a Oxum, mas exigiram que ela lhes fizesse uma oferenda a cada feitiço realizado.
Oxum concordou e foi procurar Exu.
Este, desconfiado, perguntou-lhe o que queria por ali, que ela deveria embora e que ele não a ensinaria nada.
Ela então o desafia a descobrir o que tem entre os dedos.
Exu se abaixa para ver melhor e ela sopra sobre seus olhos um pó mágico que ao cair nos olhos de Exu o cega e arde muito.
Exu gritava de dor e dizia;
"Eu não enxergo nada, cadê meus búzios?"
Oxum fingindo preocupação, respondia:
"Búzios? Quantos são eles?"
"Dezesseis", respondeu Exu, esfregando os olhos.
"Ah! Achei um, é grande!"
"É Okanran, me dê ele".
"Achei outro, é menorzinho!"
"É Eta-Ogundá, passa pra cá..."
E assim foi até que ela soube todos os segredos do jogo de búzios, Ifá, o Orixá da adivinhação, pela coragem e inteligência da Oxum, resolveu dividir o poder do jogo entre ela e Exu.
Oxalá passou pela aldeia de Oxum, onde pretendia parar e descansar.

Exu, o mensageiro, correu para avisar Oxum que o grande orixá funfun estava a caminho de sua cidade.
Era preciso organizar uma grande recepção, pois a visita era muito importante para todos.
Ela apressou-se com os preparativos da festa, ordenando a limpeza de todas as casas e lugares públicos, bem como que os enfeites utilizados fossem da cor branca.
Oxum cuidou pessoalmente da ornamentação e limpeza de seu palácio, pois tudo tinha que estar perfeito, à altura de Oxalá.
Com tantos afazeres importantes, em tão curto espaço de tempo, Oxun não se lembrou de convidar as Iyami para a grande festa e as feiticeiras não perdoaram a desfeita.
Resolveram desmoralizar Oxum.
Toda a aldeia estava impecável.
O palácio de Oxum, caprichosamente preparado, tinha seus móveis e utensílios cobertos por tecidos de uma alvura imaculada.
Branca também seria a cor das roupas utilizadas na cerimônia.
Mas, no dia da chegada de Oxalá, Oxorongá entrou disfarçada no palácio para colocar, no assento do trono de Oxum, um preparado mágico, sem ser notada.
Oxalá finalmente chegou, sendo respeitosamente reverenciado numa grande demonstração de fé e admiração ao grande mensageiro da paz.
Oxun, em seu trono, esperava impaciente a entrada de Oxalá em seu palácio para oferecer-lhe seu próprio assento.
Mas, ao tentar levantar-se, estava presa em sua cadeira e não conseguia soltar-se.
Fez tanta força, que, mesmo ferida, conseguiu ficar em pé, mas uma poça de sangue havia manchado suas roupas e também sua cadeira.
Quando Oxalá viu aquele sangue vermelho no trono em que se sentaria, ficou tão contrariado, que saiu imediatamente do recinto, sentindo-se muito ofendido.
Oxum, envergonhada, não conseguia entender porque havia ficado presa em sua própria cadeira, uma vez que ela mesma cuidara de todos os preparativos.
Escondendo-se de todos, foi consultar o oráculo de Ifá para obter um conselho.
O jogo, então, lhe revelou que Oxorongá havia enfeitiçado seu assento, por não ter sido convidada.
Exu, a pedido de Oxum, buscou o grande pai, para explicar-lhe o ocorrido.
Oxalá retornou ao palácio, onde a grande mãe das águas estava sentada de cabeça baixa, muito constrangida.
Quando ela o viu, começou a abanar seu abebe e transformou o sangue de suas roupas em penas vermelhas, que, ao voar, caíram sobre a cabeça de todos os que ali estavam, inclusive a de Oxalá.
Em reconhecimento ao esforço que ela empreendeu para homenageá-lo, ele aceitou a pena vermelha (ekodide), prostrando-se à sua frente, em sinal de agradecimento.
Quando os orixás chegaram à terra, organizaram reuniões onde mulheres não eram admitidas.

Oxum ficou aborrecida por ter sido posta de lado e não poder participar de todas as decisões.
Para se vingar, tornou as mulheres estéries e impediu que as atividades desenvolvidas pelos deuses chegassem a resultados favoráveis.
Desesperados, os orixás dirigiram-se a Olodumaré e explicaram-lhe que as coisas íam mal sobre a terra, apesar das decisões que tomavam em suas assembléias.
Olodumaré explicou-lhes então que, sem a presença de Oxum e seu poder sobre a fecundidade, nenhum de seus empreendimentos poderia dar certo.
De volta à terra, os Orixás convidaram Oxum para participar de seus trabalhos, o que ela acabou aceitando, depois de muito lhe rogarem.
Em seguida, as mulheres tornaram-se fecundas e todos os projetos obtiveram felizes resultados.

OXUM, NO NOVO MUNDO

No Brasil e em Cuba,
os adeptos de Oxum usam colares de contas de vidro de cor amarelo-ouro e numerosos braceletes de latão.
O dia da semana consagrado a ela é o sábado e é saudada, como na África, pela expressão “Ore Yèyé o!” (“Chamemos a benevolência da Mãe!”).
Fazem-se sacrifícios de cabras a Oxum e oferecer-lhe prato de mulukun (mistura de cebolas, feijão-fradinho, sal e camarões) e de adun (farinha de milho misturada com mel de abelha e azeite doce).
A sua dança lembra o comportamento de uma mulher vaidosa e sedutora que vai ao rio se banhar, enfeita-se com colares, agita os braços para fazer tilintar seus braceletes, abana-se graciosamente e contempla-se com satisfação num espelho.
O ritmo que acompanha as suas danças denomina-se ijexá, nome da região da África por onde corre o rio Oxum.
É o único ritmo tocado com as mãos no rito kêtu, calmo, balanceado, envolvente e sensual, como a deusa da água doce.
É tocado ainda para Logunedé e algumas vezes para Exu e para Oxalá.
No Brasil, ela é sincretizada com Nossa Senhora das Candeias, na Bahia e Nossa Senhora dos Prazeres, no Recife.
Em Cuba, com Nuestra Señora de la Caridad Del Cobre.
O arquétipo de Oxum é o das mulheres graciosas e elegantes, com paixão pelas jóias, perfumes e vestimentas caras.
Das mulheres que são símbolos do charme e da beleza.
Voluptuosas e sensuais, porém mais reservadas que Oiá.
Elas evitam chocar a opinião pública, à qual dão grande importância.
Sob sua aparência graciosa e sedutora esconde uma vontade muito forte e um grande desejo de ascensão social.

ORAÇÃO PARA FECHAMENTO DE CORPO

Justo juiz de Nazaré.
Filho da Virgem Maria.
Que em Belém foste nascido entre as idolatrias.
Eu vos peço Senhor, pelo vosso sexto dia
E pelo amor de meu padrinho Ciço
Que o meu corpo não seja preso, nem ferido, nem morto
Nem nas mãos da justiça envolto
Pax tecum.
Pax tecum.
Pax Tecum.
Cristo assim disse aos seus discípulos
Se os meus inimigos vierem para me prender
Terão olhos, não verão
Terão ouvidos, mas não ouvirão
Terão bocas, não me falarão
Com as armas de São Jorge serei armado
Com a espada de Abraão serei coberto
Com o leite da Virgem Maria serei borrifado
Na arca de Noé serei arrecadado
Com as chaves de São Pedro serei fechado
Onde não me posam ver nem ferir, nem matar
Nem sangue do meu corpo tirar
Também vos peço, Senhor,
Por aqueles três cálices bentos
Por aqueles três padres revestidos
Por aquelas três hóstias consagradas
Que consagrastes ao terceiro dia
Desde as portas de Belém até Jerusalém
E pelo meu Santo Juazeiro
Que com prazer e alegria
Eu seja também guardado de noite como de dia
Assim como andou Jesus no ventre da Virgem Maria
Deus adiante, paz na quia
Deus me dê a companhia que sempre deu a Virgem Maria
Desde a casa santa de Belém até Jerusalém
Deus é meu pai, Deus é meu pai,
Nossa Senhora das Dores minha mãe
Com as armas de São Jorge serei armado
Com a espada de Santiago serei guardado para sempre
Amém!

OXALÁ, DEFINIÇÃO ENERGÉTICA

Oxalá, na Umbanda representa o Orixá associado à criação do mundo e da espécie humana.

Apresenta-se de duas maneiras:
moço – chamado Oxaguiam
velho – chamado Oxalufam.
O símbolo do primeiro é uma idá (espada)
o do segundo é uma espécie de cajado em metal, chamado ôpá xôrô.

A cor de Oxaguiam é o branco levemente mesclado com azul,
do de Oxalufam é somente branco.

O dia consagrado para ambos é a sexta-feira.

Sua saudação é ÈPA BÀBÁ!

Oxalá é considerado e cultuado como o maior e mais respeitado de todos os Orixás do Panteão Africano.
Simboliza a paz é o pai maior nas nossas nações na Religião Africana.
É calmo, sereno, pacificador, é o criador, portanto respeitado por todos os Orixás e todas as nações.
A Oxalá pertence os olhos que vêem tudo.
Oxalá seja na Umbanda ou no Candomblé é o mesmo Orixá.

O que muda da Umbanda para o Candomblé em relação aos Orixás é a forma de manifestação (incorporação), trato, simbolos e assentamentos, vestimentas, imagens etc.
Porém, a essência do Orixá é a mesma.
Em algumas formas de Umbanda Oxalá é sincretizado com Jesus Cristo.
Esse sincretismo é uma herança do aculturamento sofridos pelos negros ao longo do período colonial.
Uma associação ora forçada pelos Jesuítas na imposição da fé Cristã, ora um símbolo de resistência onde da imagem do Santo Católico, se cultuava os Orixás africanos (por isso as datas dos festejos dos Orixás, coincidem com as dos Santos Católicos).
A imposição e a própria resistência acabaram virando práticas populares.
As imagens dos Santos Católicos se confundiram com as dos Orixás, não se sabendo onde começa um e onde termina o outro.
Porém, dentro do terreiro, ao som dos atabaques, pode até ter a imagem dos Santos, mas quem incorpora são os Orixás.
Podem cantar pontos onde se escuta o nome de São Jorge por exemplo, mas quem monta no "cavalo" é Ogum.
Hoje em dia muitos terreiros estão deixando as imagens Católicas e cultuando os Orixás baseados em seus elementos, tais como:
águas de Oxum, Ferro de Ogum, Otá (pedra) de Xangô.
Ou utilizando-se de assentamentos, onde ali é colocada uma parte da essência do médium e parte da essência do Orixá.

Definição Energética
Trono natural da Fé, primeira razão do movimento do Universo, campo de atuação primeiro regendo a religiosidade dos seres, ou a crença que têm para o positivismo.
De natureza elemental cristalina, cuja presença se encontra em todos as outras vibrações de ordem divina como base.
Dos textos antigos já se tem o nome
Cristo como cristal ou cristalino e essa referência de todos os mestres da luz que vieram à nascer na matéria para guiar a humanidade.
Suas ondas magnetizadoras despertam a ética nos seres, ou seja a base das religiões, algumas dessas ondas chegam até os nossos olhos cruzadas o que tornou o símbolo da cruz aquele a ser deixado como referência pelo nosso Mestre Cristo.


domingo, 24 de agosto de 2008

MARIA PADILHA DAS ALMAS

Falar desta entidade tão apreciada e poderosa dentro da Umbanda é uma honra!
Mais como existem tantas histórias relacionadas a esta entidade, que achei melhor incluir aqui uma poesia que se baseia na sua real história e ao mesmo tempo tem a síntese desta nobre entidade que é Maria Padilha das Almas.

Vou contar uma lenda de uma pobre Maria,
Que conheceu o luxo e a agonia!
Vou contar a lenda de Maria Padilha,
Que escondia a sedução sob a mantilha!
Ela viveu no século XIV, cheio de magia, Misticismo e fantasia!
Ela nasceu na Espanha valorosa, Formosa e maravilhosa!
Ainda criança, Maria Padilha foi abandonada...
Por sua mãe, que era uma coitada...
Ela era filha de mãe solteira...
E virou uma órfã verdadeira!
Ela nunca teve uma família inteira...
Assim , ela foi criada por uma feiticeira!
Ela gostava de dançar o “flamenco” sensual ...
De uma forma especial!
Ela gostava de vestir preto e vermelho...
Para treinar a dança no espelho!
Na adolescência, ela virou uma cortesã elegante...
Conhecendo muita gente importante!
Ela foi apresentada à Dom Pedro I de Castela...
De uma forma elegante e bela...
Pelo primeiro ministro numa festa...
Ao som de uma linda orquestra!
Assim, os dois dançaram...
E se apaixonaram...
Mas, Pedro estava noivo de Branca de Bourbon,
Que era frágil e sempre saia do tom!
Mas , Maria Padilha fez uma bruxaria,
Que gerou uma grande agonia:
Ela jogou um feitiço no cinto em que Branca...
De uma forma ingênua e franca ...
Presenteou o seu amado...
De um jeito calado!
Assim, depois do casamento...
Sem nenhum sentimento...
Aconteceu um tormento:
Branca, dois dias depois, foi abandonada...
Sem entender, absolutamente, nada!
Depois, os membros bastardos da família real...
Seqüestraram Pedro de um jeito sensacional!
Mas, com a ajuda de Maria Padilha...
Pedro escapou de toda aquela matilha!
Então, ele decidiu transferir sua corte para Alcazar de Sevilha...
Junto com sua amada Maria Padilha!
Depois, ele bolou uma vingança sem piedade...
E matou seus 9 irmãos traiçoeiros de verdade!
Por causa desta vingança de fel...
Ele ficou conhecido como: Pedro , o cruel!
Com Maria Padilha, ele teve 4 crianças...
Carregadas de coragem e esperanças!
Porém, um dia...
Cheio de agonia...
A linda Maria...
Morreu vítima da peste negra com muita dor...
Mas, Pedro chorando com ardor...
Nomeou a amada morta como rainha original...
De uma forma especial!
Porém Pedro, o cruel...
Conheceu o próprio fel...
Morrendo nas mãos do único irmão bastardo que escapou a sua ira...
Mas, que conheceu a atrocidade e a mentira!
Esta é a história de Maria Padilha,
Que escondia a sedução sob a mantilha...
E que de tanto fazer magias e de possuir um olhar de vampira...

Tem seitas que dizem que ela é a real pomba–gira.
Maria Padilha é uma pomba-gira muito feiticeira e adora vestir preto e vermelho, recebe seus pedidos e oferendas nos cruzeiros de chão como em cemitérios. Adora bebida Anis, farofa amarela e bolinhos de carne moída com pimenta, Recebe rosas vermelhas, cigarrilhas e adereços de mulher.
Trabalha para ambos os lados, basta pedir que ela estará lá prontinha para te ajudar!
Amarra, desamarra, abre e fecha caminhos...
Quando esta incorporada é muito dançante e alegre, fala alto e dá muita risada

”É noite no cemitério...

é noite em zoxilá...
é exu Maria Padilha que acaba de chegar...
trás no ombro uma coruja...
sua saia vem rodar...
vem rodar exu das a rainha zoxilá!”

MARINHEIROS

SALVE O POVO DA ÁGUA!!!

Eles chegam do mar e desembarcam em terra,
sua alegria é contagiante, abraçam a todos, brincando sempre, com aquele jeito meio “maroto”, embriagado.
São os Marinheiros, grupo de Espíritos que trabalham na Umbanda em prol da caridade.
Eles conheceram muito bem o mar e a navegação, pois participaram da descoberta de novos mundos através das viagens que empreenderam que duraram anos e anos.
As Entidade de Marinheiro trabalham na Linha de Iemanjá e também de Oxum, que compõem o chamado “Povo da Água”.

Seus conselhos e mensagens são sempre cheios de esperança e de fé.
Costumam trabalhar em grupos.
São fortes, pois enfrentarem guerras e mares agitados, mas também conheceram a calmaria e a bonança.
Dão consultas, passes e também fazem trabalhos fortes de descarrego que envolvam grandes demandas.

Em algumas casas, também costumam trabalhar nas giras de desenvolvimento de Médiuns.
Quando dão consultas, essa Falange costuma ir direto ao ponto, sem rodeios, mas também sabem como falar aos consulentes sem criar um clima desagradável ou de medo.

Assim, conseguem atingir fundo as almas dos aflitos que costumam procura-los em busca de auxilio e de esperança.
Carregam consigo um sentimento profundo de amizade.

Nas consultas, gostam muito de ajudar àquelas pessoas que se apresentam com problemas amorosos.
Seus conselhos são sempre fiéis e certeiros, têm uma grande responsabilidade e assumem o compromisso de um trabalho bem-feito.

Todas as pessoas tem uma idéia muitas vezes distorcida desta linha de trabalho. Os marinheiros são em sua grande maioria espíritos que militam a umbanda para dar sustento no campo da diluição de cargas trevosas, outros atuam como elementos de sustentação de trabalhos voltados a curas, atraindo os poderes elementais dos quais estes espíritos de alto grau espiritual, trazem consigo.
Na realidade estes abnegados servidores da lei são verdadeiros “magos que atuam nos mistérios aquáticos” e com uma forma de atuação única dentro dos domínios da umbanda.

Como magos, trazem para nós, a possibilidade de nos libertarmos de nossos entraves, com uma forma bem simpática lidam com os consulentes de forma extrovertida, deixando o assistido muito avontade com trejeitos peculiares desta linha maravilhosa da umbanda.
Muito diferente do que imaginamos, estes irmãos do astral não são e não estão embriagados, como muitos se mostram, na realidade sua forma de balanço é uma maneira de liberar suas ondas energéticas se utilizando do próprio médium.


Como isso ocorre?
Em torno do médium existe um campo de energia sustentado por seus centros de força e, além da energia gerada a partir da energia corpórea, existe um campo espiritual que se reflete em todo o ambiente.

Os guias quando encorporados em seus médiuns, dançam, giram, balançam, gesticulam, etc…
desta forma os guias liberam não só a energia que se desprende do médium, mas também libera de forma salutar o poder de seu mistério através de ondas magnéticas que são liberadas dentro do campo espiritual do médium e do templo. É desta forma que os marinheiros fazem, em formas onduladas, ou através de seu balanço, que mais parece de uma pessoa embriagada, é que este irmão na luz faz seu trabalho redentor dentro dos campos da Umbanda Sagrada.
É importante que os médiuns e principalmente os assistidos, saibam de tal fato, para que estes não deturpem e não dêem um mal sentido aos trabalhos de Umbanda.
Os marinheiros são sustentados pelo poder de nossa Mãe Iemanjá e sua cor de atuação é a mesma desta mãe Divina, que é o azul claro.

Podemos sempre que necessitarmos, ativar o poder destes servidores da lei em nossa vida, acenda sua vela e faça uma prece, pedindo para eles abrirem seus caminhos e protege-los.
É maravilhoso.
Todos devem estar sempre com os pensamentos voltados ao Pai Celestial, para que assim a fé interior esteja sempre renovada.

Que todos tenham a consciência de que as mudanças só serão possíveis se partirem primeiramente de vosso íntimo e acreditar, lutar pelos vossos idéias.
A busca do sucesso depende de vosso próprio esforço, dedicação e merecimento.
Portanto, não pare no tempo, cruzando os braços a espera de milagres.
Levantem-se, tenham fé, renovem suas esperanças, acreditem no poder do Pai Maior e corram atrás de seus objetivos.
Alimentem vosso espírito com muito amor, esperança e fé para assim projetar a verdadeira essência divina a todos os vossos semelhantes. Vossa mente tem um poder grandioso.

Use-a para exercitar o bem, com o objetivo de unirmos nossas forças para estarmos cada vez mais ligados a Deus, receba de braços abertos à energia de todos os Orixás, dos vossos marinheiros que estão o tempo todo a vos ajudar quando solicitados.
Sejam positivos em qualquer situação.
Se você quer o melhor para sua vida, comece fazendo uma reflexão de seus próprios atos, pois muitas pessoas reclamam de determinados acontecimentos em suas vidas, mas esquecem de que tudo tem um porque.

Portanto, reflitam sobre vossos pensamentos e atitudes para que não sofra conseqüências negativas.

A vida é um espelho.
Vigie-a sempre.

E lembre-se de que tudo pode quando trazemos “Deus” em nossos corações.

A alegria dos MARINHEIROS!

“Quantas ondas tem o mar?
Quantos grãos tem de areia?
Eu vim pra descarregar
Sou marinheiro da mamãe sereia.”

Aos poucos eles desembarcam de seus navios da calunga grande e chegam em Terra.
Com suas gargalhadas, abraços e apertos de mão.
São os marujos que vêm chegando para trabalhar nas ondas do mar.
Os Marinheiros são homens e mulheres que navegaram e se relacionaram com o mar.
Que descobriram ilhas, continentes, novos mundos.
Enfrentaram o ambiente de calmaria ou de mares tortuosos, em tempos de grande paz ou de penosas guerras.
Os Marinheiros trabalham na linha de Iemanjá e Oxum (povo d’áqua) e trazem uma mensagem de esperança e muita força, nos dizendo que se pode lutar e desbravar o desconhecido, do nosso interior ou do mundo que nos rodeia se tivermos fé, confiança e trabalho unido, em grupo.
Seu trabalho é realizado em descarregos, consultas, passes, no desenvolvimento dos médiuns e em outros trabalhos que possam envolver demandas.
A gira de marinheiro e bem alegre e descontraída.
Eles são sorridentes e animados, não tem tempo ruim para esta falange.
Com palavras macias e diretas eles vão bem fundo na alma dos consulentes e em seus problemas.
A marujada coloca seus bonés e, enquanto trabalham, cantam, bebem e fumam.
Bebem Whisky, Vodka, Vinho, Cachaça, e mais o que tiver de bom gosto.
Fumam charuto, cigarro, cigarrilha e outros fumos diversos.
Em seus trabalhos são sinceros e ligeiramente românticos, sentimentais e muito amigos.
Gostam de ajudar àqueles e àquelas que estão com problemas amorosos ou em procura de alguém, de um “porto seguro”.
A gira de marinheiro, em muito, parece uma grande festa, pela sua alegria e descontração, mas também, existe um grande compromisso e responsabilidade no trabalho que e feito.
Salve o Povo D’água!

MAROLA DO MAR
Entidade ligada ao povo d’água.
Sua função dentro desta linha é de fazer a limpeza de toda a carga acumulada, após algum trabalho mais pesado, levando todas as cargas negativas para as ondas do mar sagrado.
Entidade que trabalha na linha de Iemanjá, com forte influencia de Ogum, facilmente (ou comumente), confundido com marinheiro, é uma entidade que não bebe e nem fuma, seu descarrego é baseado no movimento da “marola do mar”, que vai e vem.
Foi um ser vivente em uma época muito distante.
Quando vivo, tinha fixação pelas ondas do mar, conseqüentemente por Iemanjá, passava horas a fio a observar as ondas na esperança de vê-la.
Cansado de esperar pela visão tão esperada, foi ao encontro das ondas julgando ouvir o chamado de Iemanjá, sendo assim tragado pelas ondas, encontrando enfim a morte nos braços de sua paixão.
Passado o tempo, voltou como entidade, por sua afinidade com este Orixá, passou a trabalhar nesta linha, com a função de levar para Iemanjá toda a carga negativa que se encontrasse ao redor de seus filhos queridos.
É uma entidade rara em terreiros de umbanda, até hoje poucos se viram ou se sabe da existência, porém, é uma entidade de muita força e luz.

Material de trabalho: Velas azul e branca
Local de entrega: Na marola do mar

Ponto cantado:
A “marola do mar”
E vem tombando
e vem tombando
e vem tombando
A “marola do mar”
E vai tombando e todo mal vai carregando.

PONTOS DE MARINHEIRO
Andai No Mar! (2x)
Quem Acompanha Marinheiro
Toda Vida Anda No Mar!
—————————————–
Marinheiro, Marinheiro…
Marinheiro Só…
Quem Te Ensinou A Nadar…
Marinheiro Só…
Oi Foi O Tombo Do Navio…
Marinheiro Só…
Oi Foi O Balanço Do Mar!
Marinheiro Só…
Lá Vem…
Lá Vem…
Ele É Faceiro…
Todo De Branco…
Com Seu Bonezinho…
Marinheiro, Marinheiro!
Quem Te Ensinou A Nadar…
Oi Foi O Tombo Do Navio…
Oi Foi O Balanço Do Mar…
Eu Não Sou Daqui…
Eu Sou Do Amor!
Eu Sou Da Bahia…
De São Salvador!
Marinheiro Só…

—————————————–

Marinheiro Agüenta O Leme
Não Deixa A Barca Virar!
É Contra O Mar
É Contra O Vento!
É Contra O Vento
É Contra O Mar!

—————————————–

Ô Martim Pescador Que Vida É A Sua?
Bebendo Cachaça E Caindo Na Rua!
Não Vá Beber…
Não Vá Se Embriagar!
Não Vá Cair Na Rua Pra Polícia Te Pegar!
Eu Já Bebi…
Eu Já Me Embriaguei!
Eu Já Caí Na Rua E A Polícia Não Pegou!

—————————————–

Eu Venho De Longe Pisando Na Areia
Na Areia Tenho Que Pisar!
Mas Ele É Seu Marinheiro Verdadeiro…
Aqui Em Qualquer Lugar!

—————————————–

Um Barquinho Vem Vindo Do Mar…
É O Marinheiro Que Vem Trabalhar!
Ele É Filho Das Águas Claras…
Eu Venho Aqui Quando Me Chamar!

—————————————–

Marinheiro Vem Do Mar…
No Balanço Do Navio…
Vem Trazendo A Santa Bênção…
Para Todos Os Seus Filhos!
Yemanjá Governa As ÁguasYansã A Tempestade
Com A Força Do Divino
Vem Trazendo A Caridade!
No Céu A Lua Brilha
As Ondas Do Mar Balançam
No Dia De Nossa Senhora
Na Areia A Sereia Canta!

—————————————–

Hei Marinheiro!
Seu Barco Estava Afundando!
Ainda Bem Que Ele Foi Salvo
Na Jangada Dos Baianos!

—————————————–

ô, Marinheiro…
Dá licença de passar,
Seu navio está no porto,
Ele veio de alto mar.
É no balanço do mar q ele vem…
É no balanço do mar q ele vai…
É no balanço do mar q ele vem…
É no balanço do mar q ele vai…

—————————————–

Rema a canoa, Canoeiro…
Rema a canoa, Devagar…
Rema a canoa.
Canoeiro, não deixe o barco virar.

UMBANDA

UMBANDA

“Você que fala da Umbanda,
não sabe o que a Umbanda é,
a Umbanda é força divina,
a Umbanda é pra quem tem fé.

A Umbanda
é de Preto-Velho e de Caboclo de pé no chão”

sábado, 23 de agosto de 2008

NÃO SE DEIXE HUMILHAR


Não se deixe humilhar,
se alguém ofender sua crença, sua religião,
saiba que há leis que a protegem
e cobre das autoridades competentes as devidas providências,
previstas, inclusive, no código penal.
Leia com muita atenção
e guarde na memória os artigos, parágrafos e incisos que podem e devem ser evocados caso sua religião ou você enquanto fiel sejam resrespeitados.
Legislação e Candomblé, Babalorixás e iyálorixás devem ser conscientes de suas obrigações com a sociedade e com os deuses africanos, e essa tendência, felizmente, tem se solidificado ao longo desses anos.
Muitos porém, desconhecem seus direitos, deixando-se subjulgar e admitindo ser tratados como cidadãos de segunda categoria.
Por se tratar de religião e cultura, o Candomblé é duplamente protegido na forma da lei pela Constituição da República Federativa do Brasil.
É preciso portanto difundir os direitos dos adeptos do Candomblé, bem como dos templos religiosos, assegurando a liberdade e a igualdade entre todos os brasileiros, independente de sexo, cor, situação social ou religião.
O grande desafio que se impõe ao Candomblé na atualidade é ser reconhecido como religião.
A questão, embora muito clara para intelectuais de diversas áreas, sobretudo a antropologia e a ciências sociais, ainda permanece como uma incógnita para a sociedade, que não diferencia as religiões definidas como mediúnicas das de origem renciação e conhecimento;
Candomblé é religião, não é seita”.
Que fique bem claro, especialmente para os adeptos do Candomblé (já que qualquer movimento de revalorização começa de dentro pra fora).
Candomblé é religião e muito mais, pois, ao preservar tantas tradições trazidas por nossos antepassados negros, tornasse um importante foco de resistência da cultura afro-brasileira.
Por se tratar de religião e cultura, o Candomblé é duplamente protegido na forma da lei pela Constituição da República Federativa do Brasil.
Outrossim,
artigo 208 do Código Penal Brasileiro
prevê, para o crime de ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo, pena de detenção de um mês a um ano ou multa.
Para que todas as pessoas que professam o Candomblé fiquem cientes dos seus direitos é bom observar com atenção os artigos constitucionais que podem que podem e devem ser evocados quando qualquer cidadão sentir-se aviltado no que diz respeito à liberdade de crença religiosa.
O artigo 5° da Constituição Federal assegura:

Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes à igualdade, à segurança e à propriedade.
O estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional.

Portanto, como a instituição assegura que não deve haver distinção de qualquer natureza, católicos, protestantes, evangélicos, umbandistas, espíritas, budistas, mulçumanos, membros do Candomblé e etc…
São iguais em direitos e obrigações, estamos pois, submetidos às mesmas leis e devemos observar o inciso VI do artigo 5° da Carta Política de 1988, que diz:
É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma, da lei, a proteção aos locais de culto e suas liturgias.
Ainda na Constituição Federal, o parágrafo 1° do artigo 215 deixa muito claro que o Candomblé que é também evidente manifestação da cultura popular afro-brasileira, pode contar com a proteção do estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.
Parágrafo 1°. O estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras e dos outros grupos participantes do processo civilizatório Nacional.
Na legislação infraconstitucional diretamente relacionada ao inciso VI do artigo 5°, o artigo 208 do Código Penal, merece menção, haja vista dos crimes que define têm sido cometidos frequentemente contra adeptos das religiões afro-brasileiras sem que se tomem providências primeiramente por uma nítida falta de interesse das autoridades e depois por que os adeptos, na maioria das vezes, não sabem que tais atos constituem crime.

Fazer uma oferenda numa encruzilhada é um direito, assim como é um direito do crente pregar em praça pública ou do católico fazer procissões.

Artigo 208. Escarnecer de alguém, publicamente, por motivos de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso:

Pena: detenção, de 1 mês a 1 ano, ou multa.

Parágrafo único. Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente violência.

Como fica a situação quando a polícia, respaldada pelo poder do estado, infringe a lei?
Se considerarmos que a proteção aos locais de culto e as suas liturgias é garantida na forma da lei, é dever da polícia, quando solicitada, prestar assistência aos adeptos para que possam cumprir seus rituais com segurança e não impedi-los por exemplo, de fazer suas oferendas.
Fazer uma oferenda numa encruzilhada é um direito, assim como é direito de um crente pregar em praça pública ou do católico, fazer procissões.
A polícia também não pode invadir um terreiro de Candomblé, a menos que observe os trâmites legais.
Todos tem direito a liberdade religiosa, que não atinge um grau absoluto, pois não são permitidos a nenhuma religião ou culto, atos atentatórios à lei, sob pena de responsabilidade civil e criminal.
Todos tem direito à liberdade religiosa, que não atinge um grau absoluto.
Um adepto de determinada religião por exemplo, não pode evocar inciso VI do artigo 5° da Constituição, ou seja, suas convicções religiosas para livrar-se dos crimes estipulados no artigo 208 do Código Penal.
Há que se observar o inciso VIII do artigo 5° da Constituição, que diz:
Ninguém será privado de direitos por motivos de crença religiosa ou convicção filosófica ou política, salvo se as evocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.
O Brasil, por meio do Pacto de São José da Costa Rica, se comprometeu a respeitar o sentimento religioso, avaliando o documento que no artigo 12.1 da Convenção, diz:
Toda pessoa tem direito à liberdade de consciência e de religião.
Esse direito implica a liberdade de conservar sua religião ou suas crenças, ou de mudar de religião ou de crenças, bem como a liberdade de professar e divulgar sua religião ou suas crenças, individual ou coletivamente, tanto em público como em privado.
Devem os templos de Candomblé e seus sacerdotes começar a reivindicar os privilégios e isenções que a lei assegura aos ministros de confissão religiosa e às suas igrejas, como o direito à prisão especial, a contribuição, a Previdência Social na qualidade de sacerdote e a desobrigação de recolher alguns impostos como o IPTU.

É também importante difundir a lei n° 7.716, de 5 de janeiro de 1989,
não só entre as pessoas do Candomblé mas para toda a sociedade, especialmente entre negros que sofrem muito mais com o preconceito que, mesmo camuflado pelo mito da democracia racial, existe no Brasil.
Ninguém será privado de direitos por motivos de crença religiosa ou convicção filosófica ou política.
Isso serve para ratificar que o caminho para viver plenamente a cidadania é o da consciência, que passa, necessariamente, pelo reconhecimento das leis que asseguram os direitos de todos os cidadãos brancos ou negros, crentes ou de Candomblé, ricos ou pobres.

JOÃO CAVEIRA



João Caveira é o nome de um
exú de Umbanda
(entidade espiritual) da Quimbanda e Umbanda brasileira.
O sr. João Caveira é o exú responsável pelo encaminhamento das almas (espiritos desencarnados) que vagam nos cemitérios.
É representado por um homem carregando um
crânio humano.
É o exú que lembra às almas suas condições humanas.
Normalmente é associado ao portão do cemitério (calunga), mas sua ação dentro do mundo das almas vai mais além.
Suas manifestações mediúnicas são na maioria das vezes, violentas.
É uma entidade séria e de poucas palavras (indo diretamente ao assunto).
João Caveira pode vir através da falange do Exu Caveira, Exu Táta Caveira ou Omulú.
Em cada uma delas suas manifestações são diferentes assim como sua evolução.
Nem todos os Exús são violentos como diz a matéria abaixo.
Na maioria deles são calmos e vem só para trabalhar e ajudar a quem precisa, isso se são da linha branca e de entidade de luz que trabalham com a caridade.
Ao contrário tem casas que utilizam eles somente para o mal, mas sempre lemBrando que para cada mal que você pedir 50% do pedido de maldade volta para vc.
Aqui segue um pouco mais da história de como surigam os Exús.
Abraço para todos.
Caveira é um exu, ou seja, uma entidade que trabalha na Umbanda, através da incorporação de médiuns.
Antes de ser uma entidade, Tatá Caveira viveu na terra física, assim como todos nós.
Acreditamos que nasceu em 670 D.C. e viveu até dezembro de 698, no Egito, ou de acordo com a própria entidade, "Na minha terra sagrada, na beira do Grande Rio".
Seu nome era Próculo, de origem Romana, dado em homenagem ao chefe da Guarda Romana naquela época.
Próculo vivia em uma aldeia, fazendo parte de uma família bastante humilde.
Durante toda sua vida, batalhou para crescer e acumular riquezas, principalmente na forma de cabras, camelos e terras.
Naquela época, para ter uma mulher era necessário comprá-la do pai ou responsável, e esta era a motivação que levou Próculo a batalhar tanto pelo crescimento financeiro.
Próculo viveu de fato uma grande paixão por uma moça que fora criada junto com ele desde pequeno, como uma amiga.
Porém, sua cautela o fez acumular muita riqueza, pois não queria correr o risco de ver seu desejo de união recusado pelo pai da moça.
O destino pregou uma peça amarga em Próculo, pois seu irmão de sangue, sabendo da intenção que Próculo tinha com relação à moça, foi peça chave de uma traição muito grave.
Justamente quando Próculo conseguiu adquirir mais da metade da aldeia onde viviam, estando assim seguro que ninguém poderia oferecer maior quantia pela moça, foi apunhalado pelas costas pelo seu próprio irmão, que comprou-a horas antes.
De fato, a moça foi comprada na noite anterior à manhã que Próculo intencionava concretizar seu pedido.
Ao saber do ocorrido, Próculo ficou extremamente magoado com seu irmão, porém o respeitou pelo fato ser sangue do seu sangue.
Seu irmão, apesar de mais velho, era muito invejoso e não possuía nem metade da riqueza que Próculo havia acumulado.
A aldeia de Próculo era rica e próspera, e isto trazia muita inveja a aldeias vizinhas.
Certo dia, uma aldeia próxima, muito maior em habitantes, porém com menos riquezas, por ser afastada do Rio Nilo, começou a ter sua atenção voltada para a aldeia de Próculo.
Uma guerra teve início.
A aldeia de Próculo foi invadida repentinamente e pegou todos os habitantes de surpresa.
Estando em inferioridade numérica, foram todos mortos, restando somente 49 pessoas.
Estes 49 sobreviventes, revoltados, se uniram e partiram para a vingança, invadindo a aldeia inimiga, onde estavam mulheres e crianças.
Muitas pessoas inocentes foram mortas neste ato de raiva e ódio.
No entanto, devido à inferioridade numérica, logo todos foram cercados e capturados.
Próculo, assim como seus companheiros, foi queimado vivo.
No entanto, a dor maior que Próculo sentiu "não foi a do fogo, mas a do coração", pela traição que sofreu do próprio irmão, que agora queimava ao seu lado.
Esta foi a origem dos 49 exus da linha de Caveira, constituída por todos os homens e mulheres que naquele dia desencarnaram.
Entre os exus da linha de Caveira, existem:
Tatá Caveira, João Caveira, Caveirinha, Rosa Caveira, Dr. Caveira (7 Caveiras), Quebra-Osso, entre muitos outros.
Por motivo de respeito, não será indicado aqui qual exu da linha de Caveira foi o irmão de Tatá enquanto vivo.
Como entidade, o Chefe-de-falange Tatá Caveira é muito incompreendido e tem poucos cavalos.
São raros os médiuns que o incorporam, pois tem fama de bravo e rabugento.
No entanto, diversos médiuns incorporam exus de sua falange.
Tatá é brincalhão, ao mesmo tempo sério e austero.
Quando fala algo, o faz com firmeza e nunca na dúvida.
Tem temperamento inconstante, se apresentando ora alegre, ora nervoso, ora calmo, ora apressado, por isso é dado por muitos como louco.
No entanto, Tatá Caveira é extremamente leal e amigo, sendo até um pouco ciumento.
Fidelidade é uma de suas características mais marcantes, por isso mesmo Tatá não perdoa traição e valoriza muito a amizade verdadeira.
Considera a pior das traições a traição de um amigo.
Em muitas literaturas é criticado e são as poucas as pessoas que têm a oportunidade de conhecer a fundo Tatá Chefe-de-falange.
O cavalo demora a adquirir confiança e intimidade com este exu, pois é posto a prova o tempo todo.
No entanto, uma vez amigo de Tatá Caveira, tem-se um amigo para o resto da vida.
Nesta e em outras evoluções.