domingo, 17 de agosto de 2008

OLORI ÈLÉÈDÁ



É na verdade um dos assuntos mais sérios.
Têm pessoas que estão há anos, no Afro-Brasileira, e não consegue entender e fazem uma confusão total no assunto;
vamos tentar esclarecer um dos segredos (Erós) dos antigos Bàbáláwos, hoje aos cuidados de alguns Bàbálòrìsàs ou Yálòrìsàs, conhecedores deste “Fundamento”.
OLORI = (Oló= dono; ori=cabeça).
Trata-se, do Òrìsà pessoal, “dono da cabeça” e também por inteiro ou seja, da cabeça até aos pés de uma pessoa, do seu “eu” psíquico.
Vamos dizer, assim:
“Entidade” incumbida da reencarnação do individuo.
Sua ação começa no momento em que os espíritos do “casal” são chamados ao astral superior para dizerem se aceitam como filho, o reencarnante.
Nota-se aí o respeito do livre arbítrio de todos nós.
Decidida a reencarnação, o Olorí começa a agir e com os seus poderes providência a compressão “perispiritual do espírito reencarnante”, se molde a torna-lo comportável no embrião e de sorte a que vá, com o decurso do tempo, perdendo contratividade gradativa, nas mesmas proporções em que o reencarnante passa do embrião a feto e desde à criança até os sete anos, quando o reencarnante passa a responsável pelos seus atos, plenamente, e toma o desenvolvimento natural do corpo físico. Quando ficará assentada e permitida por Oxalá ( Òòsààlá) a vinda do espírito por via da reencarnação, o Olorí vai ao departamento dos arquitetos espirituais onde já se encontram ordens para modelagem do corpo físico na conformidade das árduas provas, porque têm que passar o reencarnante, cosoante a vontade deste.
Daí os aleijões e até as monstruosidades.
Quando não há pedidos de provas por passar, feita espírito à reencarnar-se, o corpo é moldado normalmente, e não é ouvido o reencarnante no caso das restrições, porque há que passar e que traduz instruções corretivas, imposta pelo “Pai Celestial”.
Exemplo:
O homem que abusou em reencarnação anterior da força física que possuía;
que fez mal uso da inteligência;
que prejudicou-se a si e aos outros, com a beleza corporal;
vêm, sem que saiba, privado desses requintes e por conseqüência pagará o tributo necessário e devido.
No dia do nascimento da pessoa já existe um outro espírito;
um outro Òrìsà, que como adjunto a do Olorí passa a cuidar também do recém-chegado o “Èléèdá”, a esse adjunto que terá sua formação até os “sete anos de idade da criança”, depois disso, irá acompanhar de perto e proporcionando ao desenvolvimento e ao grau de esclarecimento que vai adquirindo a pessoa.
O ÈLÉÈDÁ = ( Èlé= dono, possuidor; èdá = qualquer criatura viva).
Divindade que vela (ilumina) pela pessoa, seu protetor e guia espiritual, “dono da vida”.
Para muitos é sincretizado com o “anjo-de-guarda cristão” e assimilado ao Olorí e ao Elemi.
O Èléèdá, o adjunto que tomou o nome de junto, ou seja, Òrìsà auxiliar nos Cultos da base Africana será sempre o protetor direto, imediato de uma pessoa nos “búzios” é o que sempre salta na frente, causando grandes confusões entre o “olorí e o Èléèdá”, posto que o principal é o “Olorí”, dono da cabeça e por inteiro de uma pessoa.
Neste caso, para definir, consulta-se os “búzios”, são de expressa, competência de Oxalá (Òòsààlá) à determinação do Olorí e o Èléèdá de uma pessoa, por via das solicitações, através dos “búzios”, oferendas e súplicas para se firmar o Olorí e o Èléèdá de uma pessoa.
O grande, Alquimista – Paracelso – Diz:
Os Espíritos não são gerados pela “Razão”, mas pela vontade.
Todos os que vivem de acordo com a sua vontade vivem no ‘Espírito”, assim como todos os que vivem de acordo com “Razão” o fazem contra o “Espírito”.
“Da Razão nasce a “Alma” e não o “Espírito”, que é uma obra exclusiva da vontade, ou melhor, do querer”.
Então podemos definir melhor, como é o Olori e o Èléèdá:
Olori ( Alma) = Sempre vai agir pela “Razão”.
Èléèdá ( Espírito) = Sempre vai agir pela “Vontade, Desejo e do Querer”.
Outro exemplo:
Para que saiba o Olori de uma pessoa, deve-se considerar o dia do nascimento e aí tem-se o Èléèdá.
Acontece que o homem não recebe Òrìsà para guardar, quando nasce, mas o têm, desde o ato da concepção, e tanto é verdade que existe uma vida intrauterina, nos nove meses que acontece ao nascimento;
assim temos que recuar nove meses para encontrar o Olori, que é o dono da cabeça da pessoa Aplicando-se o calendário anual, contam-se nove meses para trás, ao contrário do movimento da Terra, sem contar o signo ou mês de nascimento da pessoa;
ou então, contam-se três meses para frente, sem contar o signo ou mês de nascimento da pessoa, no mesmo sentido do movimento da Terra.
Quando a pessoa for de sete meses, para achar-se o Olori, recua-se sete meses sem contar o signo ou mês de nascimento da pessoa ou avança-se cinco meses, também sem contar o signo da pessoa.
A segunda operação é de competência do Bàbálòrìsà ou Yálòrìsà, que se valhe das várias características da pessoa, para destacar entre três ou quatro Òrìsàs, aplicando, ou seja, colocando os “búzios”, e consultando à Oxalá e Òrìsàs.
Para finalizar, quero lembrar que todo o ser humano, só têm uma cabeça e um coração, uma alma e um espírito.
Só há duas lâmpadas no ser humano:
“cérebro”e o “coração’.
O “cérebro” ilumina na vertical, desprendendo-nos das coisas terrenas;
outro mecanismo acontece quando, como conseqüência de nossos pensamentos e meditações.
O “coração” garante a iluminação do caminho, ilumina na horizontal assegurando não andarmos no escuro, depois da morte.

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