sábado, 30 de agosto de 2008

JESUS TE AMA!


Incontestável esse ato de amor!
Jesus ama a todos.
A você e a mim, sem distinção alguma.
Seja Ele chamado de Jesus, Jesus Cristo, Oxalá, Orixalá, Governador Planetário ou Nazareno, seja considerado Santo, Deus, Orixá, Mestre, Segunda Pessoa da Santíssima Trindade ou apenas um personagem histórico, o fato que seu amor é verdadeiro para todos que acreditam na sua existência e tem fé nos seus ensinamentos, exemplo de vida e papel planetário e cósmico.

Esse amor é uma realidade para todos os cristãos, espíritas, umbandistas, entre outros, apenas para ficar no exemplo.
Como sabemos, essa frase “Jesus te ama” é utilizada como bandeira de abordagem pelos cristãos evangélicos, principalmente os do segmento pentecostal.
Nós umbandistas, volta e meia, somos atingidos por essa expressão, proferidas pelos obreiros evangélicos, não como uma constatação de que Ele realmente ama todos, mas sim, num tom de reprimenda e advertência, tipo: “Jesus te ama, portanto, veja o que você está fazendo e se corrija.
Ele está sempre pronto, para receber o filho pródigo que se desviou do caminho!”. Ou seja, nós que professamos uma religião diferente da deles, nós que estamos (na visão deles) comungando com os demônios (sic), devemos ser lembrados que embora, estejamos a um passo do “fogo do inferno”, Jesus nos ama e basta apenas que nos “entreguemos” a Ele, renegando a nossa religião, que seu amor através da fé evangélica nos libertará.
Seria piada se não fosse a mais pura expressão de soberba, prepotência e intolerância religiosa.
Soberba por ser uma arrogância se achar em condição superior aos demais que não comungam da sua fé;
prepotência por entender que se está investido de um poder superior, que o habilita a tentar “salvar” alguém e
intolerância religiosa, pela total falta de respeito ao direito constitucional de liberdade de crença alheio.
Nós umbandistas, não nos revestimos de salvadores da pátria, convertidos de última hora.
Respeitamos integralmente, mais do que os direitos constitucionais, de um país laico como o Brasil, o direito espiritual inalienável de todos os nossos irmãos planetários de escolherem o seu religare com o Sagrado, seja uma religião, uma doutrina, uma profissão de fé, ou apenas uma simples escolha de trabalhar pelo bem maior.
Em pleno terceiro milênio, “Jesus te ama!” tem sido usado como uma forma beligerante de intolerância e discriminação religiosa.
Acreditam determinados “obreiros”, que estão trabalhando para arrancar o argueiro dos olhos dos infiéis, esquecendo completamente de arrancar a trave, não dos seus próprios olhos, ou dos seus corações, mas de suas próprias almas.

Ao ser atacado por um “Jesus te ama!”, se der tempo eu respondo:
“Ele ama você também!”.

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